Cab Crisis

Fernanda Gonçalves

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Sinopse: Às vezes, pequenos imprevistos podem causar a maior aventura de todas. Tudo o que ela precisava era chegar cedo no trabalho e dividir uma corrida de táxi com ninguém menos que Niall Horan não estava em seus planos.

Capítulo Único

Não deveria ser tão tarde, mas depois do agitado dia na universidade, tudo o que eu queria era voltar para casa, entrar na banheira e relaxar. Infelizmente, nada disso me esperava, já que eu ainda tinha um turno na loja de discos em que trabalhava.
Ser estudante de música era algo que eu tinha em mente desde quando era criança, mas nunca no sentido de ser alguma cantora ou escrever músicas. Eu gostava de criar melodias e era comum meus pais me pegarem criando um novo ritmo para músicas já existentes no piano que tínhamos na sala de estar. Este fora o ponto de partida para tudo e o início da minha nova fase na escola. Com a criação de cada tecnologia, na área da música, eu me tornava mais interessada em criar batidas que combinassem entre si. Anne, minha irmã mais nova, era minha plateia. Crianças pequenas são difíceis de entreter e esse era o meu parâmetro: se ela estivesse quieta, prestando atenção, eu julgava aquela melodia boa.
A partir do momento em que decidi que esse era o curso que eu queria fazer na faculdade, as pesquisas aumentaram e os estudos também. Portanto, quando descobri que fui aceita na Columbia University, meu empenho aumentou ainda mais e não parou, nem mesmo durante as férias de fim do ano.
A quantidade de carros que cruzavam a Broadway aumentava cada vez mais e eu sentia que nunca chegaria ao Brooklyn com tempo. A preguiça de caminhar até o ponto de ônibus contribuía, e muito, para isso também, então resolvi me dar o luxo de pegar um táxi. Eu vinha trabalhando, sem parar, pelos últimos dois meses, para a irritação das minhas amigas. Uma corrida de táxi até o Brooklyn não me quebraria.
Com esse pensamento, atravessei a rua e caminhei até a esquina, dando sinal para o primeiro carro amarelo que passou por mim, o que se provou inútil quando percebi que o motorista não deu a mínima para mim e seguiu reto. Eles só queriam saber dos turistas que podiam ser explorados sem se darem conta disso. Joguei a cabeça para trás e respirei fundo ao mesmo tempo em que sentia um pingo cair em meu rosto. As coisas poderiam ficar melhores?
Demorou pelo menos uns cinco minutos para que eu conseguisse fazer com que um táxi me notasse e parasse junto ao meio fio. Para a minha sorte, a chuva não tinha vindo ainda.
Estiquei o braço para pegar a maçaneta da porta quando alguém fez o mesmo, fazendo com que nossas mãos se encontrassem.
Olhei para o lado dando de cara com um rapaz da minha idade, mais ou menos, e cabelos loiros. Tudo nele gritava "estrangeiro" e seus olhos, incrivelmente azuis, refletiam confusão.
- Ahn... – ele murmurou um pouco desconcertado. – Realmente não sei qual de nós deu o sinal primeiro. – disse e correu uma das mãos pelos cabelos, tentando se livrar da situação incômoda.
O garoto, por si só, já chamava minha atenção. Ele não parecia ser desses tipos que se impõem e tentam roubar o táxi de alguém, como acontece na maioria das vezes com quem é de Nova York. Isso, além do sotaque que tinha, me fez perceber que ele não era daqui. Provavelmente irlandês, pensei. Não que eu tivesse conhecido alguém de lá além da minha avó, mas aquela pele branca contrastando com as bochechas vermelhas por conta do frio me passava essa ideia.
- Nem eu. – Respondi com um meio sorriso. Eu estava cansada e um pouco atrasada, mas não queria reforçar o estereótipo de que os nova-iorquinos são grossos. O rapaz deveria estar perdido e eu tinha a opção de pegar um ônibus.
Ele olhou ao redor, como se estivesse preocupado com alguma coisa. Seus olhos perambulavam por toda extensão da rua e ele mantinha a cabeça baixa.
- Podemos dividir a corrida. – Sugeriu com a voz baixa, olhando para mim com certa cautela. Me senti um pouco estranha. – Eu não fico muito longe daqui e pago até onde for.
Pisquei algumas vezes tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Um total estranho queria dividir uma corrida de táxi comigo?
Eu devo ter deixado transparecer alguma coisa, porque logo em seguida o rapaz sorriu.
- Quer dizer, se você não for nenhuma psicopata. – disse ainda sorrindo, tentando aliviar a tensão, fazendo-me rir involuntariamente.
Olhando ao redor, pude perceber o taxista começar a perder a paciência. Ele demonstrava estar prestes a nos deixar.
- Quem me garante que o psicopata não é você? – respondi com um sorriso de lado. Eu estava mesmo pensando em aceitar a proposta de um desconhecido?
O garoto sorriu e abriu a porta de trás do carro, completamente interessado na minha resposta.
- Você vai ter que arriscar tanto quanto eu. – disse entrando e deslizando para o outro lado do banco. – As chances de nós dois sermos psicopatas é muito remota.
Sei que não devemos julgar as pessoas pelas aparências, mesmo para o bem, mas ali eu não me sentia nem um pouco ameaçada. Além do mais, eu era faixa vermelha em Taekwondo.
Olhei ao redor e pude perceber uma pequena comoção mais adiante. Talvez não fosse nada, talvez fosse uma nova horda de pessoas querendo um táxi, então apenas concordei com a cabeça e entrei no carro, mantendo certa distância.
- A propósito, sou Niall. – O garoto disse estendendo a mão em minha direção.
- . – Respondi sorrindo de lado e apertando sua mão.
Sabe aqueles primeiros minutos nos quais, quando chegamos a um lugar onde não tem ninguém que conhecemos, passamos apenas calados e olhando ao redor? Foi assim que passei os cinco primeiros minutos daquela corrida de táxi. Os cinco minutos mais longos da minha vida, devo dizer. Ao mesmo tempo em que milhões de pensamentos se passavam pela minha cabeça (e se ele for, mesmo, um psicopata? E se ele tiver uma arma? O que meus pais vão pensar quando souberem disso? Será que um dia vão encontrar o meu corpo?), eu ainda prestava atenção pelo caminho que seguia. Qualquer coisa, eu daria uma de dublê, abriria a porta do carro ainda em movimento e rolaria para fora.
À medida que avançávamos pelo Amsterdam Ave, o trânsito ia se intensificando, mas nada que preocupasse tanto assim. Pelas minhas contas, dentro de 10 minutos estaríamos onde o tal de Niall precisava ficar e dali até a Dope Jams era mais 40 minutos, se tudo corresse bem.
Acontece que o mundo conspira contra mim e quando finalmente estávamos prestes a cruzar a Columbus Ave com a 85th Street, a velocidade do carro foi diminuindo até que parou totalmente, alarmando o loiro que estava comigo. Seus olhos se mexiam de um lado para o outro, preocupado com o que estava acontecendo.
- Parece que estão tentando cercar o carro. – O motorista disse alarmado. Aquilo era algo que ele nunca tinha visto. Nem eu, para ser honesta.
- Como? – perguntei confusa e passei a olhar para os lados, vendo dezenas de garotas se aproximando do táxi. O que estava acontecendo?
Antes que eu pudesse formular qualquer pergunta, uma gritaria começou do lado de fora e vários flashes dispararam em nossa direção. As luzes não eram tão fortes ao ponto de me cegar, mas incomodavam e me deixavam cada vez mais confusa.
Algumas garotas batiam na janela do carro e gritavam desesperadamente, enquanto outras seguravam cartazes e estavam à beira de lágrimas. Era quase como se os Beatles estavam por ali. Quero dizer, se estivéssemos na década de 60.
- NIIIAAAAAAAALL!! – ouvi uma das desesperadas gritar e franzi o cenho.
- Tudo isso por você? – perguntei totalmente confusa.
Niall jogou a cabeça para trás e fechou os olhos, já completamente esgotado com tudo aquilo. Ele parecia um pouco preocupado e tentava, ao máximo, esconder aquilo.
Naquele momento, algo estalou em minha mente e eu entendi o que estava acontecendo, me amaldiçoando por não ter percebido antes.
- Não me diga que você é aquele Niall. – Resmunguei jogando a cabeça para trás. Senti o olhar dele sobre mim e respirei fundo. – Da One Direction, a banda que cobre as paredes do quarto da minha irmã, que faz todas as garotas surtarem.
- Algum problema com isso? – ele perguntou erguendo uma sobrancelha e eu apenas gemi baixinho, já irritada. Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo.
Niall se mexia no banco, ainda desconfortável, e acabou tirando o celular do bolso. Vi quando ele clicou no ícone do Twitter e arregalei os olhos.
- Agora? Sério? – repreendi.
- Vou pedir para elas saírem da rua. – disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Ou prefere que eu abra a janela?
Balancei a cabeça quase violentamente. Só Deus sabe o que aconteceria se alguma dessas meninas entrasse naquele carro.
Eu continuava olhando ao redor, procurando por alguma nova rota ou maneira de sair daquele táxi.
- Entra na Columbus. – Eu disse quase gritando para o motorista.
- Essa hora? Vai estar supercongestionado. – Ele respondeu como se eu estivesse ficando louca.
- Imagine quantos táxis estarão por lá. – Respondi com um sorriso no rosto. Aquela era a chance perfeita de perder a horda de adolescentes fanáticas.
No momento em que um pequeno espaço foi liberado, o motorista virou à direta, andou uns 500 metros e logo já parou num mar de carros. Aquela era a primeira vez que eu ficava agradecida pelo trânsito de Nova York.
Longe de nos vermos livres das meninas que nos seguiam, eu comecei a entrar em pânico conforme elas se aproximavam de nós.
- Niall, abaixa aí para que ninguém te veja aqui dentro. – Eu disse o empurrando para baixo e o cobrindo com a minha blusa, bem em tempo de ver a massa de adolescentes passar direto pelo carro. Soltei o ar que nem sabia que estava segurando e fechei os olhos, esgotada depois daquela loucura.
Niall ergueu minha blusa o mínimo possível e olhou para mim completamente agradecido. Os olhos azuis dele chegavam a brilhar e eu não pude deixar de sorrir. Era um brilho quase infantil e que, de alguma maneira, me hipnotizava.
- Acho que vou ficar por aqui mesmo. – Ele falou quase num sussurro enquanto se levantava e tirava a carteira do bolso. – Não deve ser muito difícil, certo?
Observei enquanto ele olhava de um lado para o outro, perdido, e segurei o riso.
- É melhor eu te acompanhar, Irish Boy, ou você vai acabar se perdendo e atacado de novo. – Sorri de lado e, tirando a carteira da bolsa, paguei por metade da corrida.

~*~



- Ok. Estamos andando por cinco minutos e eu já não sei mais onde estamos. – Niall disse assim que viramos a primeira esquina, na 81st, em direção ao Central Park.
- É normal. – Eu disse sorrindo. – No meu primeiro dia de aula, levei uma hora e meia para encontrar a universidade. – Ele riu e eu apenas fiz que sim com a cabeça. – E eu sempre morei aqui.
- Acredito. – Ele disse ainda sorrindo e olhando ao redor.
- É assim em todos os lugares que você vai? – perguntei tentando me manter séria, porque aquela situação toda era meio louca; um cara tendo que fugir de dezenas de adolescentes apaixonadas a ponto de ter que vestir o capuz do agasalho para se esconder. O cabelo loiro dele se destacava muito no mar de cinza que eram as calçadas da cidade.
- Bem... Não o tempo todo. – Ele disse dando de ombros. – Nós quase conseguimos circular como pessoas normais em Londres. Não sei se já estão acostumadas ou se as fãs são menos...
- Loucas? – completei e ele riu.
- Algo assim. Mas e você? O que faz, ? – mudou de assunto rapidamente, eu percebi.
- Bem, estudo música. Na Columbia University. – Respondi um pouco envergonhada. Ele era membro de uma boy band super conhecida. Dizer que eu era estudante de música soava quase ridículo.
- Sério? – ele disse empolgado, o que me fez erguer uma sobrancelha. Ninguém tinha reagido daquele jeito até então. Só comprimiam os lábios, erguiam as sobrancelhas e faziam que sim com a cabeça, como se estivessem me dizendo "coitada". – Isso é muito legal! Você também trabalha com música?
- Mais ou menos. – Respondi dando de ombros e iria deixar por isso mesmo, mas o olhar dele continuava sobre mim. – Trabalho na Dope Jams, sabe?
Niall abriu um sorriso imenso, para logo depois, franzir o cenho, confuso.
- Mas não tinha fechado?
- Fechou. – Sorri de lado. Aquela reação também era a mesma. – Mas a loja continua online. Eu meio que faço o inventário e essas coisas. – Respondi enquanto entrava no Central Park, sorrindo com a paisagem. Acho que eu nunca me cansaria daquilo.
- Demais. – Ele disse me despertando dos pensamentos. – Acho que você deve ter o trabalho mais legal da América. – Completou e eu ri.
- Ok. Isso vindo do cara que tem a banda mais bem-sucedida do planeta no momento. Acho que estou melhor do que eu pensava! – nós rimos.
- É que eu realmente gosto de vinis. – Confessou com um sorriso de lado e eu não pude deixar de retribuir. Tinha algo nele que me atraía e não tinha nada a ver com o fato de ele ser Niall Horan da One Direction. Até porque, naquele pouco tempo em que estávamos conversando, eu percebi que havia muito mais nele do que somente aquilo.
- Que pessoa em sã consciência não gosta? – brinquei. – Mas o que eu quero mesmo é fazer música, sabe? É algo que eu sempre tive vontade.
Ele fez que sim com a cabeça e sorriu, dizendo que eu já estava no caminho certo.
Seguimos conversando por todo o caminho e descobrindo coisas interessantes. Quero dizer, para mim, já que ele era uma pessoa extremamente viajada. Comentei que meus avós eram irlandeses, mas que eu nunca tinha estado lá. Por um momento, achei que ele fosse me bater por estar perdendo tamanha oportunidade, então tive que explicar que eles não moravam mais lá.
A conversa fluía tão naturalmente que parecia que nos conhecíamos há anos e só percebi o quanto eu realmente tinha gostado dele quando chegamos à Madison Avenue, o que me fez suspirar levemente.
- Bem, eu tenho uma reunião aqui perto, mas é rápido. – Ele disse. – Se você não estiver ocupada e... Bem, a gente podia... – ele corria as mãos pelos cabelos. – Eu estava pensando se você não queria comer alguma coisa, ou beber, ou podíamos fazer o que você quiser... – ele dizia enquanto mexia os dedos quase de forma violenta. Ele estava mesmo nervoso? Era eu quem estava sendo chamada para sair por Niall Horan. Eu estava tentando, com todas as minhas forças, não o agarrar ali mesmo e isso não é algo que eu faça. Agarras as pessoas, quero dizer.
Obviamente, eu estava prestes a dizer que sim, mas a realidade me acordou na forma do toque do meu celular e eu respirei fundo tirando o aparelho do bolso para ver o nome do meu chefe no visor. Eu não estava atrasada, mas ele, provavelmente, deveria precisar de mim. Ou tinha um ótimo sexto sentido para atrapalhar os meus planos.
Olhei para Niall e suspirei. Ele tinha feito com que eu me esquecesse de tudo. Como isso pode acontecer com uma pessoa que se acaba de conhecer?
Sorri para ele resignada. A verdade era que, em alguns dias, ele voltaria para a Inglaterra e eu ficaria aqui estudando. Niall logo se esqueceria da estudante de música que dividiu uma corrida de táxi com ele em Nova York. Eu tinha que parar de sonhar acordada.
- Eu não posso. – disse um pouco triste. – Ainda preciso ir para o Brooklyn. – Respondi sincera. – Tchau, Niall. – Fiquei na ponta dos pés para dar-lhe um beijo na bochecha e saí dali o mais rápido possível.
Antes que ele pudesse falar alguma coisa, entrei no primeiro táxi que parou perto de mim. Não olhei para trás.
Durante todo o caminho, fiquei pensando se aquela tinha sido a decisão certa e tentei me convencer de que sim.
Quando, finalmente, cheguei à loja, agradeci à Tony e ele me olhou como se eu estivesse louca, mas decidi não explicar nada. Ninguém nunca acreditaria.
Foram-se quase 3 horas sem me perguntar se eu deveria ter jogado tudo para o alto e ido com Niall para qualquer lugar ao invés de ir para o trabalho e eu já tinha esgotado todos os argumentos que usei para convencer a mim mesma de que eu tinha feito a coisa certa, mas One Thing começou a tocar no rádio. Reconheci a música favorita da minha irmãzinha e aceitei o sinal do universo me dizendo que, mais uma vez, eu tinha feito a escolha segura ao invés de viver um pouco. Fechei os olhos e balancei a cabeça. Se era para continuar pensando naquilo, eu precisaria de um café.
Avisei Tony que ia sair para o lanche, mas o que eu queria mesmo era voltar para o meu quarto e nunca mais sair de lá. Fechei a porta atrás de mim e quase caí para trás; Niall estava parado em frente à loja com dois cafés na mão.
- Admito que fiquei curioso. – Ele disse sorrindo. – Uma garota extremamente atraente que trabalha na Dope Jams mesmo ela estando fechada.
Sorri abertamente para ele e dei de ombros.
- Tem certeza de que não está me confundindo com alguém? – brinquei.
- Acho difícil. – Ele respondeu estendendo uma das mãos. – Esse é seu.
Peguei o copo de sua mão e bebi um pouco. Sorri imediatamente, percebendo que ele tinha se lembrado de que disse que gostava de café sem açúcar.
- Obrigada. – Sorri para ele. – Na verdade, eu estava indo comer alguma coisa. Você está com fome? – perguntei num surto de insanidade, decidida a escutar o universo dessa vez.
- Mesmo se não estivesse. – Ele disse. – Quando uma garota bonita te chama para sair, você aceita.
Eu ri e, quando começamos a caminhar juntos, ele segurou a minha mão. Não foi estranho, muito menos desajeitado. Poderia ser um longo tiro no escuro, mas, de repente, o futuro, as fãs loucas, os paparazzi e os sinais do universo não me assustavam mais. Eu sabia que muita coisa poderia mudar, mas estava pronta para tentar. Ele valia a pena.


Fim!

Nota da autora: É engraçado postar essa história novamente depois de tantos anos. Ela foi escrita em 2012 ou 2013, não me lembro, e foi a primeira de 1D que eu já escrevi (e basicamente a única, se levar em conta a série inteira).
Espero que tenham gostado e... Em breve as continuações entram!