Sinopse: Edição comemorativa de 10 anos da fanfic, com comentários e cenas extras. | Três amigas que decidiram viver dois sonhos: fazer um mochilão pela Europa enquanto acompanham a turnê da banda preferida delas por lá. Depois de algum tempo juntando dinheiro para essa realização, o grande dia chega, dando ponta pé ao mês mais louco da vida delas. De Manchester a Lisboa, passando por cidades que ninguém sabia que estava no mapa. Separe o passaporte pra embarcar nessa turnê de perrengues.
Oi, aqui é a Liih. É com muita emoção que eu apresento para vocês a versão do aniversário de DEZ ANOS de Eurotour. A novidade são os comentários e prefácios de cada capítulo, escrito por mim ou uma leitora que esteve aqui desde o começo. Essa história me provou minha capacidade de escrita, e de como a gente pode sonhar e, quem sabe, eles se realizarem. Nesses dez anos eu vi e vivi lugares que as personagens passaram em suas aventuras e um filme da história se passava na minha cabeça. Se você está aqui relendo Eurotour, bem vindo de volta, esses dez anos não seriam emocionantes sem você! Se é sua primeira leitura, bem vindo, se emocione e chore comigo. Que venham os próximos dez anos! Obrigada por tudo. ♥
“I want a boyfriend who will go to concerts with me, or just a boyfriend, or just concert tickets, or just concert tickets to see my boyfriend.”
Toda garota tem um sonho. Eles normalmente envolvem algo como viajar para conhecer lugares românticos, como Paris ou Veneza, e também encontrar seu príncipe encantado e com ele, formar uma família com filhos lindos. Outras garotas, mais independentes, sonhavam em sair de casa e trabalhar para o seu próprio sustento e assim, tornarem-se bem sucedidas, tanto financeira como profissionalmente.
Em Manchester, três garotas também tinham um sonho e se pararmos pra pensar, envolvia Paris e Veneza, príncipe encantado, e ganhar a vida com o próprio sustento. Os pais não conseguiam entender aquilo, os amigos da faculdade achavam que era loucura, as mais novas achavam que sonho nenhum no mundo seria melhor que aquilo.
E desde 2011, essas três mantinham uma poupança, especialmente para realizar esse sonho, e mensalmente, elas depositavam todo o salário ganho no trabalho provisório nessa conta com um fim especial. As idas ao banco, uma vez por mês, tinham um propósito: Take Me Home Tour – Europa 2013.
Lately I found myself thinking, been dreaming about you a lot.
O próximo capítulo, que vocês vão ler, se passa em Manchester, na Inglaterra. Foi o último show da leg inglesa, antes de começar a turnê pela Europa, propriamente dita. Quando eu comecei a escrever Eurotour, e escrevi esse capítullo, eu não sabia muito bem que caminho seguir, então só fui escrevendo conforme ia vindo na minha cabeça, e assistindo alguns vídeos dos shows do 1D, e narrando o que acontecia. Eu espero que vocês gostem do início de Eurotour. ♥
Apesar de alguns raios solares aparecerem, ainda tímidos, por trás das nuvens, finalmente a primavera começava a dar o ar da graça na Inglaterra. A temperatura, um pouco mais amena, mas ainda gelada, na parte da tarde, fazia com que sentisse alguns pingos de suor escorrerem pela testa enquanto corria do Departamento de Comunicação para o Departamento de Biologia, dentro do campus da Manchester University.
Vestindo uma legging preta, com uma blusa amarela comprida, um sneaker preto no pé e um moletom por cima, ela finalmente deu graças a Deus por ter acabado aquela prova de Teoria da Comunicação e estava livre para as férias. Férias que, pela primeira vez desde que entrou na faculdade, estava ansiosa por elas.
parou na frente do prédio de Biologia e olhou no relógio. Se as amigas não saíssem de lá logo, elas definitivamente estariam atrasadas. Quando finalmente deu 17h, e uma enxurrada de alunos começou a sair de lá, ela se perguntava onde estariam suas amigas.
- Ei, , boa sorte! – umas meninas falavam enquanto passavam por ela.
- Obrigada – retribuiu com um sorriso – Você viu e ? – ela perguntava pra outra pessoa que passava por ela.
- Lá dentro – respondia enquanto apontavam para o prédio – Boas férias.
- Obrigada, pra você também.
Ela bufou. Não era possível que justamente no dia que a maior aventura da vida delas fosse começar, elas iriam se atrasar e já se atrapalharem todas. O local já estava ficando vazio e olhava impacientemente para o relógio. Quando estava abrindo sua bolsa para pegar o celular, viu as amigas saindo do Departamento.
- Aleluia! – gritou enquanto e desciam as escadas em direção a ela – Qual a excelente explicação, pelo atraso?
- Os ratos da – apontou para a amiga que a acompanhava e então abraçou – Minha aula acabou já tem um tempo, mas fui ver se a precisava de ajuda.
- Não são ratos, são camundongos e mais respeito com os meus bebês, por favor – falou e ao ouvir “bebês”, as amigas olharam pra ela entortando a boca, assustadas.
- Que você teve que sacrificar – concluiu e viu a amiga fazer bico – Sério que você tem tanto amor assim nos bichinhos?
As meninas se conheceram há dois anos, nas festividades de boas vindas da universidade. era da Irlanda, já era formada, mas foi para Manchester estudar e procurar a cura da diabetes, tema do mestrado que fazia por lá. era de Harrow e estudava Publicidade e Propaganda, naquele dia havia concluído o terceiro ano do curso e era de Brighton, litoral inglês, também tinha terminado o terceiro ano, mas estudava Biologia.
e já haviam se esbarrado no prédio administrativo do campus, a procura de informações sobre as salas onde teriam aula e ficaram conversando, percebendo que tinham o amor pelo One Direction em comum, fazendo nascer daí, uma amizade inseparável. se juntou às duas quando, por ser veterana máster, ficou encarregada de reunir os calouros do Departamento de Biologia, conheceu e, após descobrir que ela também gostava da boyband, apresentou ela para , e formaram um trio, que elas costumavam falar que era imbatível.
- Então hoje começa o sonho! – falou enquanto elas caminhavam até o dormitório de , onde elas haviam concentrado a papelada para a viagem.
- E a gente já está atrasada – as apressava, com passos largos.
- , deixa de ser encanada com o relógio – segurou a amiga pelo braço, a fazendo diminuir a velocidade – Nossos ingressos são front row, é chegar, sentar e amar os meninos.
- To atrasada, muito atrasada – ela falou por fim, imitando o Coelho Branco de Alice no País das Maravilhas – Vocês sabem que eu sou neurótica com o horário.
- Sim, mas relaxa que ainda tem umas três horas ou mais para o show começar.
Logo que alcançaram o dormitório, elas subiram até o terceiro andar de escada, e chegaram à penúltima porta do lado direito do corredor, quando colocou a chave na porta e logo elas entraram.
O quarto de era pequeno, mas aconchegante o bastante para as meninas fazerem festa do pijama lá, esporadicamente. Na parede da direita, havia uma porta que dava para um banheiro pequeno e uma mesa com o notebook da menina e vários livros de biologia empilhados em cima dele. Encostada na parede da esquerda havia uma cama e vários pôsteres colados.
- Ingressos, ingressos – vasculhava uma de suas gavetas em busca dos papéis preciosos e pegou um envelope – Ingresso de amanhã... De Paris... Isso, hoje! – ela levantou os três papéis.
- Vamos! – pegou da mão da amiga e deixou seu material em cima da cama da amiga – Você não vai precisar da sua cama por pelo menos um mês, deixa meus livros aí.
- Erm, tá bom? – disse e tirou o casaco – Vocês me esperam rapidinho tomar banho?
- Não – pegou o casaco da amiga e jogou de volta para ela – A gente sabe que esse rapidinho demora horas.
- Mas...
- Só quando nós voltarmos, – falou e foi saindo do quarto, seguida de e , que resmungava alguma coisa sobre ser um absurdo ir a um show sem tomar banho.
*****
Próximo ao dormitório, as meninas pegaram um ônibus circular que as deixou próximas à Manchester Arena. Assim que andaram dois quarteirões e avistaram o local onde seria o show, perceberam que o circo estava armado. A fila dava voltas no local, vendedores ambulantes passavam vendendo desde bottons até a mãe dos meninos. Grupos faziam coros e cantavam músicas mais famosas e a gritaria era geral e estava instalada por lá.
Como as cadeiras eram marcadas, e a delas era na área mais privilegiada do local (graças ao pai de , que era influente na Irlanda e conseguiu as entradas pra filha e as amigas), as meninas decidiram sentar em um bar, que ficava atravessando a rua de onde seria a entrada para o setor delas.
Sentada enquanto tomava um gole de seu refrigerante, olhava do outro lado da rua o movimento e seus olhos ergueram em direção a fachada da arena.
- Meninas – ela sorriu e apontou para cima.
Quando e viraram para onde a amiga apontou, também abriram um largo sorriso.
- A gente é maluca – comentou.
- Quem deixou nós fazermos isso? – foi a vez de .
- Amor – respondeu por fim, enquanto elas fitavam um grande banner que trazia a foto do One Direction, informando que ali seriam realizados dois shows da boyband.
- Ladies – as chamou com o copo levantado. Ela e beberiam cerveja – Bem vindas a maior realização do sonho de vocês.
- Que comece a Take Me Home – piscou e as três brindaram com seus respectivos copos.
Enquanto estavam por lá, puderam ver que a fila começou a andar e as pessoas já entravam na arena. Pagaram a conta e seguiram para o local. Depois de apresentar os ingressos, as garotas se viram diante de um imenso palco cheio de telões e estruturas e sentaram.
Uma banda de abertura entrou no palco para animar o público e logo se apresentaram como os australianos da 5 Seconds of Summer. As meninas levantaram e ficaram dançando, enquanto mandavam beijos e corações feitos com as mãos para os garotos no palco, ao som de algo que elas julgavam parecido com Busted.
- Busted era muito bom! – gritou, por conta da altura do som.
- Nem fala! – respondeu – Espero que eles não sigam o mesmo caminho.
- De jeito nenhum – se manifestou, mas sem tirar os olhos do palco – Eles são muito bonitinhos pra terminarem.
- Já olhei o baterista, tirem o olho – riu enquanto tentava chamar a atenção para o garoto no fundo do palco.
- Não se atrevam a olhar o loirinho bonitinho aqui da guitarra!
- Não vou me aguentar de amar esses meninos e não saber o nome deles.
tirou o celular de dentro da bolsa e quando a internet finalmente conectou, fez uma rápida busca na internet. De repente ela começou a gargalhar e passou o rosto pelas bochechas, limpando as lágrimas que escorreram decorrente aquilo.
- Que foi?
- , seu bonitinho chama Ashton – ela virou para a amiga que via acenar para ele enquanto gesticulava “Oi, Ashton seu lindo” – E ele tem 18 anos!
- Polícia, aqui que temos uma denúncia de abuso de menor – ria da amiga que rolou os olhos.
- You gotta be kidding me! – anunciou balançando a cabeça para os lados.
- Se eu fosse você não ria muito, . O Luke – apontou para o garoto no palco – Tem 16 anos.
- É O QUÊ? – ela roubou o celular da mão da amiga e olhou incrédula pro aparelho – Mil novecentos e noventa e seis! – e então enterrou a cabeça nas próprias mãos – Me diz que é mentira, me diz que é mentira – do outro lado de , ria enquanto cantarolava um “Who gets the last laugh now?” pra amiga e como resposta tomou o dedo do meio no rosto, fazendo Luke, no palco rir para elas e depois olhar para fingindo reprovação – Ele me ama.
- Tá certo – guardou novamente o celular na bolsa e deu dois tapinhas nas costas de – Infla seu ego, amiga.
Quando finalmente a banda de abertura saiu do palco, houve mais um momento em que rolou uma movimentação no palco e um som ambiente tocava na arena. As meninas estavam sentadas novamente em seus lugares e, para conter a ansiedade, navegavam na internet através dos celulares e até aproveitaram para seguir os novos, em todos os sentidos, ídolos. Então o palco esvaziou e as luzes se apagaram. A histeria tomou conta e logo um vídeo começou a passar nos telões ao lado do palco.
gritava mais do que os pulmões e as cordas vocais permitissem. roia as unhas de ansiedade e balançava de um lado para o outro, tentando fingir para ela mesma que aquilo era normal, e seria algo pelo qual elas passariam mais um bocado de vezes, se tudo desse certo.
Quando o vídeo apagou, o palco finalmente iluminou e os garotos apareceram, elas esqueceram a idade que tinham e juntaram às meninas que entravam na adolescência nos gritos. Assim que as primeiras notas de Up All Night apareceram e os meninos apareceram no palco, as três sentiram como se parassem de respirar por um momento. Claro, se não gostassem de verdade da música, não iriam se meter naquela loucura, mas realmente tinha a necessidade deles serem tão bonitos?
- Eu vou bater no Niall – gritava ao mesmo tempo em que tentava cantar a música – Desde quando essa criança cresceu e ficou bonito?
- Bonito? – não tirava os olhos de Zayn – Já olhou pra esse indiano? – ela apontava para o palco – Ele me quebra as pernas!
- Estou ocupada demais olhando para o meu futuro marido – alternava os olhares entre Liam e Louis.
- Payne? Tomlinson? – e perguntaram ao mesmo tempo e riram – Cacete, irlandês. vai catar coquinho na descida da rua da sua casa! – praticamente esgoelou em direção ao palco, quando Niall passou na sua frente.
- Oi?
- Deve ser coisa de duendes – deu de ombros – Ele deve entender.
À medida que o show ia passando, as meninas se empolgavam cada vez mais. Em Little Things, os meninos sentaram na beirada do palco para, praticamente, fazer uma serenata com essa música.
- Essa música é minha! – fingia estar enxugando uma lágrima no rosto.
Zayn cantou sobre ligar os pontos nas sardas que a garota da música tinha no rosto, e apontou para si mesma que tinha várias delas no rosto, fazendo as amigas darem a língua. Depois Liam cantou sobre a menina não gostar da própria barriga e coxas, e dessa vez, apertou as partes do próprio corpo, e gesticulou um “obesa” pras amigas que dessa vez, balançaram a mão no ar, como se não fossem mais dar atenção ao que era dito.
- Essa música, na verdade, é pra mim! – gesticulava enquanto Louis cantava sobre a menina cantar durante a noite.
- Você é assustadora enquanto fala e dorme – arregalou os olhos e fingiu se afastar da amiga.
Então Harry cantou sobre a menina odiar sua voz nas gravações, o que fez rolar os olhos, e nunca se interessar em pesar e elas cederam.
- Tá certo, , foi escrita pra você, a gente desiste – gargalhou – Você é toda neurótica, mas a gente te ama.
- Que bom que depois do falso elogio vem um carinho desses.
- Calada que agora é vez do meu amor – comentou e puxou as amigas para um abraço em conjunto, enquanto cantavam juntas o trecho.
- You’ll never love yourself half as much as I love you – faziam um coro juntas – You’ll never treat yourself right darlin. but I want you to. If I let you know I’m here for you – cantou essa parte mais para as amigas do que para acompanhar a música – Maybe you’ll love yourself like I love you. Oh…
Ao fim da música, os meninos levantaram e agradeceram ao público que faziam coros de “One Direction, eu te amo”. Eles animaram com a introdução de Teenage Dirtbag e logo que começou Rock Me, começou a se contorcer.
- Preciso ir ao banheiro, meninas.
- O show logo acaba, – falou olhando pro palco através da tela de seu celular, por onde tirava uma foto.
- Eu não sei se vai rolar.
- Tenta segurar – sussurrou para a amiga que meio a contragosto, balançou a cabeça concordando.
Quando Kiss You acabou, já estava a ponto de explodir.
- Não dá mais, gente.
- Tem um banheiro ali – apontou enquanto dizia que ela iria perder Live While We’re Young.
- Vou ter mais alguns shows pra ouvir ela – sorriu para a amiga e ia caminhando para a lateral da arena, onde, coincidentemente, era uma das saídas.
De repente o show ficou um pouco quieto. Os meninos, afastados do microfone, apontavam para um local na plateia e falavam entre si. Liam balançou com a cabeça seguido de Zayn. e olhavam para eles sem entender e até , que realmente precisava muito ir ao banheiro, olhou para o palco.
- Ei! – Niall disse no microfone e então continuou seu trajeto – Você aí de azul. O show tá chato?
Então parou novamente e dessa vez, olhou para o palco, onde Louis estava apoiado em Niall, pelo ombro, ambos olhando na direção dela, e depois para a própria blusa que era azul.
- Você não pode esperar mais duas músicas pro show terminar? – Niall continuou – Eu vou ter que citar Carly Rae Japsen mesmo?
- Where do you think you’re going baby? – Louis cantarolou, enquanto desejava abrir um buraco no chão para se esconder.
- Eles estão falando com ela – balançava os braços descontroladamente, como se estivesse batendo em que também retribuía a atitude.
olhava desesperada para as amigas, sem saber que atitude tomar. Algumas meninas na plateia riam ao ver a falta de reação dela e aproveitavam o silêncio para chamar a atenção dos meninos no palco.
- Me ajuda, gente! – ela disse.
- Vai pro banheiro – gritou então Niall virou para ela.
- Tá certo, vocês tão de complô – Niall falou dessa vez – A gente jura que em menos de dez minutos o show acaba e vocês podem ir pra casa.
- Ela só vai ao banheiro – gritou em um impulso de coragem, e logo colocou a mão na boca, enquanto fazia sinal pra amiga ir correndo que logo que se viraram não a encontraram mais.
- A cara de vocês está impagável – Louis riu e ficou vermelho e então virou pro público – Tonight let’s get some...
- And live while we’re young! – a plateia respondeu e logo começaram os primeiros acordes da música.
*****
- Sacaneada pelo ídolo – balançava a cabeça enquanto estavam no ponto esperando o ônibus que as levariam de volta para o campus – Como eu vou seguí-los pela Europa depois disso?
- Você vai ficar famosa – deu tapinhas no ombro deles – Aproveita e destranca o twitter.
- Tá maluca, ? – pôs um dedo na lateral da cabeça e pressionou.
- Eu acho que você deveria tirar proveito disso – fez sinal para o ônibus – Pensa que você meio que os marcou.
- Uau, a menina do banheiro – ironizou, entrando no ônibus após a amiga – Que belo jeito de ficar marcada pro One Direction.
- E daí? Já pensou se amanhã ou depois você tá na grade de um hotel esperando pra tirar foto com eles?
- Verdade! – se intrometeu no assunto – Dane-se pelo que você vai ser reconhecida, você vai. Eles chegam na grade e vêem “Oh, é a menina que ia no banheiro.”
- Ei, ei, ei – as fez parar de falar logo que sentaram nos bancos – E por que a gente ainda não foi atrás deles?
e se entreolharam.
- Como nós não pensamos nisso antes? Qual o hotel deles? – se empolgou.
- Calma – levantou as duas mãos e respirou fundo – Nós não fomos ainda, porque a gente entrou de férias às 17h de hoje. E sobre o hotel...
- Contamos com você para mexer os pauzinhos e descobrir – concluiu.
- Não sei onde esses meninos se meteram, mas quero todas prontas para sair de casa às 8h30, capisce?
- Um mês pra Itália! – comemorou ao ouvir a amiga falando em italiano.
*****
Na manhã seguinte, como intimado por , e depois de muitas almofadadas nas amigas pra elas levantarem da cama, as três amigas já saiam de casa a passos largos, em direção ao hotel que os meninos estavam.
- Eu que fico acordada até às 3h da manhã, procurando esses meninos, e vocês que ficam com cara de enterro?
- Eu ainda estou inconformada deles estarem no Palace – suspirou enquanto fazia um esforço ímpar para caminhar – Na mesma fucking rua do campus.
- Exercício físico matinal – fingia estar empolgada – Vai, gente. É o One Direction. E a menina do banheiro tá com a gente – olhou feio para quando ouviu do que ela a havia chamado, que retribuiu mandando um beijo.
- Odeio exercício físico – se arrastava pela Oxford Street – E a gente nem tomou café da manhã!
- É o Niall, ! Alô, Nainai, irlandês, criança? – a garota só deu um sorriso meio torto – Eu hein, achei que você tava empolgada pra conhecer o amor da sua vida.
- É que tá muito cedo, – elas passaram por baixo de um viaduto.
- Cedo? – parou e apontou para a porta do hotel.
A entrada do The Palace Hotel estava cheia de grades, em toda a extensão dele, e várias meninas já estavam por lá gritando, com faixas na cabeça e câmeras fotográficas e celulares na mão, já prontas para a primeira oportunidade de tirarem fotos com seus ídolos.
- Essas meninas não dormem nem tem casa não? – bufou e logo as três saíram correndo em direção ao hotel.
A maioria das garotas que estavam por lá estavam concentradas na parte da grade que ficava exatamente na frente da entrada do hotel, então as meninas decidiram ficar um pouco mais para o lado, onde não havia quase ninguém, e elas não corriam o risco de morrerem esmagadas na grade quando os garotos aparecessem.
Então passou a primeira hora, sem movimentação nenhuma por lá, a não ser por parte dos seguranças do próprio hotel, facilitando a entrada e saída dos outros hóspedes, reles mortais, que ali estavam, para visitar a cidade. Quando entrou na segunda hora que elas já estavam por lá, decidiram sentar na calçada, ainda encostadas na grade, já que pelo visto, o dia seria longo.
- Deixa de ser gay, Styles – comentou olhando pro celular – Meninas, Harry acabou de postar que está na massagem.
- E a gente fica aqui olhando pro dia de ontem, é isso? Desce aqui, ô menininha! – gritou e recebeu uma olhada torta do segurança.
- Tô com fome! – disse colocando a mão na barriga, logo que a ouviu roncar – Vou à Starbucks do outro quarteirão, alguém quer alguma coisa?
- Um Frapuccino e um muffin de chocolate, por favor – disse abrindo a carteira e entregou o cartão de crédito para a amiga – Você sabe a senha.
- Um dia eu vou roubar seu cartão, – riu – , quer alguma coisa?
- Obrigada – e sentada, sorriu para a amiga que já estava em pé na sua frente – E se os meninos descerem?
- Oras, vocês me ligam que eu largo tudo e venho correndo.
foi e voltou da cafeteria e nenhum sinal dos meninos. As horas passavam, os tweets de bom dia ficavam cada vez mais frequentes, e então Niall postou que era hora do almoço e logo depois disso, sairiam para a passagem de som na arena e para o Meet & Greet.
- Eles vão ter que sair por aqui – deu de ombros – Por que eu to ficando arrepiada?
- Love of my life don’t leave meeeee – cantarolou para a amiga.
- E você tá calma por quê? – ergueu uma sobrancelha e viu a amiga sem resposta.
- Eu sou uma pessoa calma, ... E eu não estou mentindo nem pra vocês, nem pra mim.
- Vem, , conta pra gente, vai... Em quem você vai cair matando? Liam ou Louis?
fechou a boca olhou de lado pras amigas.
- Zayn – respondeu por fim e gritou um “O quê?” que fez boa parte das meninas na porta do hotel, olharem pra elas – Styles – deu de ombros de novo.
- Sem essa de enrolar a gente, vai. Todo mundo sabe que o Niall é seu melhor amigo – disse as últimas duas palavras fazendo aspas com os dedos – Zayn é aquele seu irmão pegador, e você mesma disse que a única coisa que chama a atenção no Styles é o sorriso.
- E a voz... – ela completou e então sentou no chão e abraçou as próprias pernas – Não sei, gente. Meu coração é que nem circo, sabe? Sempre cabe mais um palhaço!
- Espero que fique só nesses dois – fingiu estar brava com a amiga, por ter falado que se interessaria pelo Zayn.
- Sim, senhora! – bateu continência e puxou a amiga pra dar um beijo em sua bochecha.
- Ai, senhor, tá rolando movimentação demais pro meu gosto – falou.
Foi só comentar que logo começou uma gritaria. Um caminho foi aberto para uma van parar bem na porta do hotel e elas olharam ansiosas. E então, mais rápido que os olhos delas puderam captar, os meninos saíram correndo em direção ao carro. Primeiro Zayn, seguido de Louis e Niall, fazendo tremer mais que vara verde, depois Liam e por último, Harry, que saiu acompanhado de uma garota, que entrou rápido na van, enquanto ele, contra as ordens dos seguranças, parou rapidamente para tirar algumas fotos.
- A gente não vai conseguir chegar perto – falava tentando entrar no meio da multidão que se aglomerou, ao mesmo tempo em que puxava as amigas.
- Ele tá indo pro lado que a gente estava – gritou e logo as três voltaram para onde estavam.
- Vem, Styles – sussurrava – Vem!
Então ele parou na frente das garotas, acompanhado de um segurança e o primeiro instinto foi colocar o garoto, que estava do outro lado da grade, entre ela e as amigas e pedir pro segurança tirar uma foto. Depois disso, o menino saiu correndo para a van, que foi fechada, e logo partiu.
As meninas olharam uma para a outra e depois pra câmera, que o segurança havia devolvido para , e gargalharam. A primeira foto delas com alguém era com Harry Styles, e em conjunto.
- Isso pode virar meta pra gente – abriu a porta do restaurante, atravessando a rua do hotel, onde iriam almoçar – Até o fim da turnê, nós três termos uma foto em grupo, com cada um deles, e depois, com todos.
- Além das individuais com eles – puxou uma cadeira para sentar e concordou com a cadeira – Isso vai ser tão legal!
*****
- Alguém viu os meninos da 5 Seconds of Summer no hotel?
Depois de verem o One Direction sair do hotel, as meninas decidiram ir almoçar, e no fim do dia, foram para a arena. levou um cartaz consigo para o show e dessa vez, assistiam ao show de abertura sentadas em seus lugares.
- A gente não podia os deixar passarem, vai que um dia eles ficam famosos?
- Nós já íamos ter uma foto com eles.
- A gente não vale uma pipoca – gargalhou.
O One Direction entrou novamente no palco, essa vez mais empolgados que na noite anterior, e a todo instante falando que era o último show da turnê no país de origem deles, e que esse seria o mais épico de toda a carreira deles. Então, chegou à hora de responder perguntas enviadas pelo twitter.
- A Camille quer saber se algum de nós sabe cantar alguma música dos Rolling Stones. – Louis mexia no seu ponto de escuta – Alguém sabe?
- Claro – Harry chegou mais perto da plateia – I can’t get no satisfaction... I can’t get no satisfaction. And I try and I try and I try… I can’t get no…
- Minha vez, e essa eu tenho certeza que todo mundo sabe – Liam puxou o coral – You can’t always get what you want... You can’t always get what you want, but if you try sometimes, yeah... – e então levantou o microfone para cantarem – You just might find you get what what you need!
- Palmas para o Liam Schuester! – Louis bateu palmas junto de Niall e Zayn – Todo mundo já assistiu Glee pelo jeito!
E então os meninos ouviram um coro gritando “sim”, e sorriram satisfeitos.
- Dá licença que agora vocês vão ver o mestre em ação – Niall puxou as mangas da camiseta que usava para cima a começou – If I could win ya, if I could sing ya a love song so divine, would it be enough for your cheating heart if I broke and cried? If I cried? – todos ficaram quietos olhando para ele, inclusive os meninos e então continuou – I said I know, it’s only rock and roll but I like it! I know it’s only rock and roll but I like it, like it, yes I do.
- It’s only rock and roll but I like it! – as três meninas se viram cantando junto com Niall e perceberam que eram as únicas fazendo aquilo – Meu Deus, como a gente é velha!
- Próxima pergunta – Zayn virou novamente para o telão – É da . Cadê a ?
ficou branca e por um instante parou de respirar. Aquela arena estava lotada, quais seriam as chances de uma pergunta dela ser respondida por eles. e levantaram e balançaram o braço da amiga quando Zayn as viu.
- Oh, hello! – ele deu um tchauzinho para as três – E ela quer saber, qual trecho de uma música nossa, cada um de nós tatuaríamos – leu no telão então virou de frente novamente – Eu faria um trecho de Same Mistakes. “We know where it takes us we’ve been before.” Liam?
- Acho que eu faria… - ele pensou por um instante – Gotta Be You. “Your actions speak louder than words.” Não... É, provavelmente seria essa mesmo. E você, James... Niall James?
- Nenhuma – ele abriu os braços e deixou eles caíram ao lado do seu corpo, enquanto ria – Tenho que falar uma mesmo? Ok. Seria... “They don’t know I.ve waited all my life just to find a love that feels right.” – Naquele instante, colocou a mão em suas costas, no lado esquerdo e fechou os olhos, sem perceber que as amigas a olhavam. Sentiu que poderia desmaiar a qualquer momento.
- Muito romântico esse projeto de duende – Louis fingiu desmaiar com a “declaração de Niall” – Eu faria... “I used to think that I was better alone”, de Rock Me.
- Egocêntrico – Harry riu – E eu faria “Tonight let’s get some...” Só, deixaria a dúvida no ar.
Os meninos responderam mais algumas perguntas e antes de What Makes You Beautiful, sentiu novamente a vontade de ir ao banheiro e foi saindo discretamente.
- Onde você pensa que tá indo? – Niall falou enquanto fazia o seu discurso e ela colocou a mão na testa – É a menina do banheiro!
- Mostra pra ele, ! – a menina gritou pra amiga e saiu correndo.
gargalhou, e levantou o cartaz que elas levaram.
- “Não estou fugindo do show, só vou ao banheiro” – Louis leu – Que bom, pelo menos hoje ela deu satisfação – elas riram e fez sinal para eles esperarem e virou o cartaz – “O show não é chato!”
- Agradecido! – Niall fez uma reverência para elas e iniciaram a música final.
*****
- Saldo da Inglaterra – contava nos dedos – A menina do banheiro – rolou os olhos – Foto com o Styles, e leitura do nosso cartaz!
- E sua pergunta do twitter respondida! – fez high five com a amiga – Nem parece que dois já foram.
- Que venha a França! – riu e elas dormiram, sabendo que teriam, por opção delas, logicamente, uma semana de folga!
You're givin' me a heart attack lookin' like you do-ooh.
Foram nos capítulos da França, que Eurotour começou a tomar forma, e eu comecei a entender que caminho gostaria de seguir com a história. Muita gente me perguntava, na época que eu escrevi, se eu já tinha viajado para a Europa, para colocar detalhes tão precisos. A resposta é não, eu nunca tinha nem saído do Brasil quando escrevi pela primeira vez. O Google foi o meu maior aliado, para poder detalhar com perfeição alguns lugares. Porém... existem certos detalhes que só a gente estando presente no lugar para entender exatamente como funciona. Hoje, já fui a Paris duas vezes (é apenas a minha cidade preferida na Europa e já sei como funciona algumas coisas descritas por aqui. Sei que viajei em algumas coisas, mas não vejo necessidade de reescrever, afinal, estamos aqui pelo saudosismo, não é mesmo? Espero que gostem dos shows na França, assim como eu gosto. ♥
Com o fim dos shows na Inglaterra, o One Direction teve uma semana de folga antes de embarcar para a Europa e prosseguirem para a turnê. As meninas aproveitaram para irem para suas respectivas casas passar alguns poucos dias com a família, antes de embarcarem para a França.
Como combinado, no domingo seguinte, de manhã as garotas se reuniram em Kings Cross, estação localizada no coração de Londres, de onde partiriam para a capital francesa.
- Onde você acha que vai com tudo isso? – perguntou para , ao vê-la chegar na plataforma de onde sairia o trem delas.
- Oi pra você também, ! – ela riu e então olhou em sua volta. Enquanto a amiga estava carregando somente uma mala, relativamente pequena, ela puxava duas malas grandes e ainda carregava uma bolsa imensa.
- , a gente vai voar de low cost. Você vai enfiar esse tanto de tralha onde?
- E você acha que eu consigo rodar a Europa em um mês só com uma necessaire – ela se referia a pequena mala que a amiga tinha junto consigo – Relax, , pra tudo se dá um jeito nessa vida.
- Você vai ficar pela Escandinávia – deu de ombros e olhou no relógio – Cadê a ?
- Provavelmente pegando uma cor de jambo, gata, pra parecer latina pra esses caras pálidas do continente.
arregalou os olhos e arqueou a sobrancelha.
- Quem é você e desde quando você tem esse linguajar?
- Sou uma pessoa multicultural – ela piscou para a amiga – Cadê menina do banheiro?
- Eu peguei voo de Dublin pra Londres, vim até a estação e nada da bonita.
- Ô bonita, tá falando de mim? – apareceu atrás de que deu um pulo, assustada.
- Que isso, tá maluca? – ela colocou a mão no peito, sentindo seus batimentos acelerados, e olhou para as malas da amiga – Vocês tão loucas pra ficar em algum lugar da Europa, né?
- tá falando que como nós vamos voar de low cost, não vão deixar a gente embarcar com nossas malas.
- Aaaaah! – finalmente entendeu – Pra tudo se dá um jeito nessa vida.
- Foi isso que eu falei! – torceu o nariz e deu a língua pra – Então, partiu França?
O trajeto até Paris levava pouco mais de 2h, e como elas tinham acordado cedo para poder chegar em Londres a tempo de pegar um trem que as levava para a capital francesa até a hora do almoço, foram dormindo durante todo o trajeto e quando acordaram, já estavam entrando na cidade.
Eram quase 13h no momento que desembarcaram e sentiram o estômago clamar por alguma coisa que as saciasse, então decidiram que iriam a algum local comer, antes de irem para o hostel, onde se hospedariam.
- McDonald’s deve ser o mesmo em qualquer lugar do mundo – falou enquanto elas estavam paradas em Gare du Nord, olhando uma placa e tentando identificar onde ficaria a saída da estação.
- , você disse que fala francês – fez essa observação enquanto elas já estavam paradas há alguns minutos.
- Eu falo – ela deu de ombros – Faz tempo que eu estudei, mas falo. Vou perguntar pra um segurança – então elas encontraram um senhor parado próximo a um guichê de compra de bilhetes – S’il vous plaît (Por favor) – ela sorriu quando ele se virou – Où est la sortie? (Onde fica a saída?).
- La sortie est ici, chérie (A saída é por ali, querida.) – ele apontou para uma grande entrada, onde podiam ver o sol dando as caras.
- Merci beaucoup (Muito obrigada) – ela respondeu realmente, muito agradecida e então apontou para as amigas – Por ali.
- , desde quando você fala francês?
- Coisa de quem não tem mais o que fazer – ela gargalhou – Eu estava afim de aprender uma língua, e me matriculei num curso, simples.
- Que bom que pelo menos a gente não vai passar fome por aqui – sorriu e procurou seus óculos de sol na bolsa, quando saíram da estação – É uma miragem ou atravessando a rua tem um Mc?
- Comida! – festejou – Vamos, gente, sem enrolar!
- Essa garota tem lombriga, igual o Niall – balançou a cabeça enquanto só pode ouvir o que ela falou.
Depois de se decepcionarem com o cardápio exclusivamente francês da lanchonete sentindo falta de grandes lanches com hambúrguer e acharem um absurdo os lanches serem praticamente baguetes sem graças, elas gritaram por um táxi que as levou até o hostel onde ficariam hospedadas por dois dias em Paris.
O Perfect Hotel & Hostel fica na região de Montmartre, próximo à Catedral de Sacre Coeur e da Ópera, e escolheram exatamente por isso, fica próximo a lugares turísticos da cidade. Após se instalarem em um quarto triplo privado, e pedirem informações de como chegariam à torre Eiffel, que foi friamente dada pelo fato de terem pedido em inglês, e ainda foram chamadas de “inglesas arrogantes que acham que são donas do mundo só porque a língua delas é universal”, elas caminharam pelas ruas indicadas, onde as levariam até um ponto de ônibus, que as deixariam na Pont d’Iéna, um dos principais acessos ao ponto turístico.
Depois de saírem pela Rue Rodier e virarem a direita na Rue de la Tour d’Auvergne e no fim dela, na Rue des Martyrs, elas começaram a ouvir gritos desesperados de adolescentes e riram.
- Até parece que a gente tá perto do hotel do One Direction – comentou quando chegaram ao fim do quarteirão e entraram na Rue de Navarin.
- – falou diminuindo a velocidade e logo elas pararam ao ver uma multidão com câmeras na mão na frente de um hotel – Eu acho que a gente está no hotel deles.
- Ai, senhor, quais as chances? – começou a correr e as amigas foram atrás dela.
Talvez se elas tivessem planejado uma hospedagem tão próxima a do hotel da banda, elas não teriam conseguido. O hostel delas ficava a cerca de 400m do Hotel Amour, onde os meninos estavam hospedados.
Assim que se aproximaram, puderam ver que as pessoas, em sua maior parte garotas de aproximadamente 16 anos, se amontoaram e as três, de longe, puderam ver dois seguranças puxando uma pessoa pela multidão, em direção a um carro que estava estacionado no meio fio. Atrás dessa pessoa, tinham mais três seguranças que tentavam abrir espaço e sem gentileza alguma, empurravam as mais abusadas que tentavam pelo menos tocar.
- É o Styles – , que era a mais alta das três, ficou na ponta do pé e pode ver com clareza – Aquela toca azul é inconfundível.
- Mas nosso destino é ver só esse ser na porta do hotel mesmo?
- Quero ver o Zayn – murmurou baixinho.
- Nós vamos conseguir falar com os nossos três – apontou para ela e as amigas.
- Três? Decidiu quem você vai agarrar?
- Mas vocês são chatas, hein? – deu a língua e no momento, o carro em que Harry entrou, ganhou velocidade e sumiu pelas ruas estreitas de Paris – Então, torre?
- Torre! – as outras duas concordaram com a cabeça e depois de andar mais um pouco, chegaram na Rue Notre-Dame de Lorette, de onde pegaram o transporte que as levaria até o local.
*****
tinha certeza que ela poderia viver 200 anos, nenhum outro ponto turístico no mundo seria tão bonito quanto a torre Eiffel. Parada no pé dela, ela fez até questão de tirar os óculos escuros para poder ver até o topo com a nitidez de seus olhos. Um sorriso esboçou em seus lábios e de repente ela se lembrou do real motivo de ter ido estudar francês. Involuntariamente uma lágrima escorreu pelo rosto dela que rapidamente limpou com as costas das mãos.
Depois de observarem por um tempo, elas caminharam até a bilheteria onde dessa vez, uma atendente educada e que estava disposta a falar com elas, lhes deu um banho de, nem tanto assim, água fria:
- A torre hoje está fechada para uma visita exclusiva, meninas.
- É o quê? – gritou – Você tá falando que a gente não vai poder subir?
- Infelizmente não, pelo menos agora – a moça lhe dizia de uma maneira simpática, que fez se arrepender de ter gritado com ela – Uma banda está na cidade para fazer show e vieram visitar, eles estão lá em cima e...
De repente a voz da atendente virou um zumbido para as meninas que se entreolharam e com o olhar, conseguiram se entender.
- Era pra cá que o Styles tava saindo – disse – E ela disse que estão todos lá em cima.
- Eu vou escalar essa torre até encontrá-los – se exaltou – O que a gente vai fazer?
- Esperar? – sugeriu – Seria arriscado nós sairmos daqui agora. A gente os perde descendo dali e a nossa chance de subir.
- Quais as chances disso aqui lotar de criança gritando?
- Começa a rezar – respondeu e então sentou em um banco vazio, embaixo da estrutura de ferro.
Elas ficaram nos arredores da torre por aproximadamente 40 minutos, tirando fotos e vez ou outra, olhando pra cima, tentando enxergar alguma movimentação, quando em um dos pés, um elevador parou e três homens grandes saíram de lá enquanto observavam o local.
Fizeram um sinal de positivo para alguém que estava lá dentro, e o elevador voltou novamente para cima, e em pouco tempo, estava de volta. De lá saíram cinco garotos e mais três seguranças, que foram em direção ao parque, que tinha do outro lado.
*****
- Só tem nós três, por favor – suplicava para um dos seguranças que não permitia que ninguém se aproximasse dos meninos, que estavam tirando fotos e fazendo turismo.
- Se afastem, por favor – ele disse abrindo os braços e as empurrando para trás.
- Isso é sacanagem – bufou enquanto gesticulava – Os cinco tão ali com cara de paisagem, e nós não podemos chegar perto deles. Até parece que eu vou arrancar um braço deles ou algo parecido.
- Só de raiva eu vou arrancar o braço do Zayn – estava com raiva – Zayn! – ela gritou para o garoto que fazia caretas para uma das câmeras – Ô Zayn, fala com a gente.
- Sem escândalos para não chamar a atenção – o segurança tentou argumentar com elas, mas era algo que realmente tentava fazer.
- Zayn Malik! – ela gritou e dessa vez o garoto virou o rosto – Aqui, Zayn!
Ele sorriu e abanou a mão para as meninas que sentiram as pernas tremerem quando o viram caminhar em direção a elas. Nem podiam imaginar que seria aquele momento, aos pés da torre Eiffel, em um dia lindo da primavera francesa, que conheceriam os meninos do One Direction. Até outro segurança pará-lo e falar alguma coisa, assim, ele voltou a abanar a mão para as meninas.
- Que ódio! – gritou – A mulher desse cara deve dormir de calça jeans!
- Niall! Niall! – essa vez foi quem gritou e quando o garoto virou, sorrindo e usando óculos modelo Wayfarer, ela abanou a mão e voltou a gritar – Vem falar com a gente.
Então elas já tinham conseguido chamar a atenção dos garotos que conversavam entre si e apontavam para elas. Niall e Zayn estavam conversando alguma coisa quando Liam, Louis e Harry se aproximavam deles.
- Nós juramos que não somos escandalosas! – falou em um tom de voz mais baixo.
- Quer dizer, não tanto! – elas riram juntas – Por favor!
Harry chamou dois seguranças para conversar e pareciam que eles não aceitavam a proposta dos garotos, que insistentemente, rebatiam e discutiam com os grandões, enquanto Louis até apontou o dedo para um deles. Elas ficaram observando tendo diferentes reações e sentiu que podia chorar a qualquer instante, quando um dos seguranças fez sinal de positivo.
- Ai, meu Deus – estava a ponto de roer as próprias unhas – Não me diz que deu certo.
Os garotos caminhavam na direção delas, atrás de três seguranças, enquanto um evitava que as três as atacassem, e outros dois faziam escolta por trás dos meninos. O segurança da frente os fez parar a aproximadamente três metros delas e logo tomou a palavra:
- Sem grito, sem escândalo, sem aproximação maior que essa distância – ele apontou de onde elas estavam, até onde os meninos esperavam - Uma conversa rápida e uma foto em grupo. Concordam?
Era menos do que elas queriam, mas era mais do que o segurança que as impediam de ir até eles havia permitido, então já estavam no lucro. Elas balançaram a cabeça fervorosamente e logo os garotos deram mais uns passos, ficando mais perto delas.
- Oi – falou num impulso de coragem.
- Oi! – os garotos responderam em uníssono. Elas estavam sem ter como agir pelo nervoso, a banda por não poder chegar mais perto de suas fãs – Vocês são daqui? – Harry tomou a palavra.
- Nós duas somos inglesas – apontou para ela e – E ela é irlandesa – apontou dessa vez para – Nós viemos de Manchester, mas... Isso não importa.
- Por que não? – Louis perguntou pra ela – Nós estávamos lá semana passada.
- A gente foi nos shows de lá – disse apoiada no ombro de , pois sentia suas pernas tremerem – E vamos amanhã aqui.
Então se desligou da conversa e seus olhos captaram algo, que aparentemente, só ela pode ver. Niall estava com os olhos na direção dela e de , que prestava atenção em alguma coisa que Zayn falava dessa vez. Ela ergueu uma sobrancelha desconfiada e fixou seu olhar no menino por um tempo e ele não parecia ter percebido que ela estava olhando para ele.
Involuntariamente, um sorriso formou nos lábios dela. Estava com suas duas melhores amigas, embaixo da torre Eiffel, conversando com a banda preferida dela, enquanto um dos caras olhava fixamente para . Parecia que as coisas estavam sendo montadas como um quebra cabeça, e ela tinha certeza que se tivesse planejado esse encontro, ele nunca teria acontecido. “Good things come to those who wait”, ela se encheu de alegria com aquele pensamento que levava consigo e entrou na conversa.
- Nós vamos fazer a turnê europeia inteira – ela sorriu para eles e tanto Niall quanto Louis abriram a boca em um grande “o” ao ouvir aquilo.
- Não era pra falar, – riu, mas concordou com ela – Acho que a gente ainda se esbarra.
- Espera aí! – Louis se aproximou de e olhava atentamente pra ela – Niall, vem cá... Ela não é a menina do banheiro?
- Ah, não – colocou a mão no rosto – Sem essa!
E o assunto passou pela turnê europeia que elas fariam mais rápido que uma piscada de olhos, com Tomlinson reconhecendo ela como a menina que saiu do show de Manchester para ir ao banheiro. tem mania dê as vezes ficar quieta e ser uma mera espectadora da vida real, e dessa vez, pode ver um Liam fazendo o mesmo papel que ela, só assistindo tudo acontecer.
- Liam – ela falou baixo, sem atrapalhar a conversa ao lado, e o menino parecia ter notado ela finalmente – Tá calado.
- Eu sou meio observador de vez em quando – ele sorriu pra ela – Vocês chegaram quando a Paris?
- Lá pela hora do almoço e depois resolvemos dar um passeio na torre. Ah! A propósito, meu nome é .
- Achei que vocês não tinham nome – Liam olhou para ela de um jeito tão encantador e exclusivamente dele, que ela sentiu as pernas tremerem.
Então, de repente, um dos seguranças cortou os assuntos que rolavam já apressando os meninos para irem embora. abriu a bolsa e tirou a câmera e entregou para um dos homens de preto, que tiraria a foto para elas.
- Isso não é um Meet & Greet, mas como vocês querem a foto? – Zayn se pronunciou enquanto o segurança ganhava distância e eles se aproximavam delas.
No lado direito ficou , tendo um Louis sentado no chão sentado em suas pernas enquanto Liam aparecia atrás dela, apoiando-se em seus ombros, no momento em que a menina fazia chifres, com os dedos, em Harry Styles, que se acabava em risadas ao seu lado. Do lado de Harry, estava com Zayn, que a segurava no colo como se fossem recém-casados e do outro lado, e Niall, que se abraçavam e mantinham os olhares fixos um no outro enquanto riam de alguma coisa que tinham falado.
- Então, até o show – Niall se pronunciou após as fotos, e ele mesmo acabou se pegando olhando pra mais vezes do que devia.
Ele olhou em volta para ver se alguém percebeu aquilo e então seus olhos se encontraram com o de , que tinha um sorriso discreto no rosto. Ele a lançou um olhar de súplica que retribuiu com uma piscada seguida de um “You go, Horan!”, sem som, mas totalmente entendível apenas pela leitura labial. Logo após os oito se despediram, e contra a vontade dos seguranças, se abraçaram, e logo os meninos foram correndo para uma van, que estava próxima e sumiram pela
Avenue Gustave Eiffel.
- Como viver depois disso? – acompanhou a van sumindo pela avenida e ao virar, encontrou e debulhadas em lágrimas, e com um sorriso maior que um cabide no rosto – Ah, não, sem chorar!
- ! – abriu o braço para que a amiga a abraçasse e logo que se juntou às duas, começou a chorar – A gente conseguiu.
- Alguém realmente tá torcendo por nós – secou suas lágrimas e deu uma risada nasalada – Se isso aconteceu na primeira cidade... Ai, meu Senhor, não quero nem pensar o que vai rolar até Lisboa.
- As inimigas estão tendo um dia muito difícil! – comentou enquanto via o céu escurecendo e as luzes da torre serem acesas – Vocês ainda querem subir?
e concordaram com a cabeça.
- Vou criar um altarzinho pra esse lugar – gargalhou.
Depois de passarem um bom tempo observando a vista Parisiense lá de cima enquanto comentavam sem parar sobre o que havia acontecido um pouco mais cedo, elas desceram de lá e pegaram um táxi para o hostel onde estavam hospedadas, para logo saírem para jantar e quem sabe, caírem na noite.
*****
- Eu não entendo nada do que está escrito aqui – falou enquanto observava um cardápio no restaurante que estavam para jantar.
- Tá, que tipo de coisa vocês querem comer? – observava o cardápio esperando uma resposta.
- Carne ou frango! – fechou o dela e jogou em cima da mesa – É que nem McDonald’s, é igual em qualquer lugar do mundo.
- É, to com a ! – também fechou o dela e então chamou o garçom depois de concluir o que pediria pra ela e as amigas.
- S’il vous plaît, pouvez-vous apporter trois cuisses de grenouilles?* (Por favor, você poderia nos trazer três carnes?)
- Oui, madame. Attendez une minute. (Sim, madame. Aguarde um instante.)
Depois de o garçom sair com o pedido e logo vir com três taças de vinhos tipicamente franceses, da região da Malbec, elas brindaram e agradeceram pelo dia que tinham tido, porque com certeza, se tivessem ido visitar a torre sabendo que a banda estava lá, não tinha dado tão certo do que tendo a surpresa que tiveram.
- , não te falei – secou a boca com o guardanapo de pano que estava em seu colo – Peguei o Niall com o olhar fixadíssimo em você hoje... Duas vezes! – ela fez o número com os dedos e então piscou pra amiga.
- É o quê? – a garota engasgou e começou a tossir sem parar – , fala pra mim que isso é brincadeira.
- E te decepcionar? – a amiga riu – Nah, não sou uma amiga tão ruim assim.
- Mas olhando como? – se interessou pela conversa – Liam também olhou pra você.
- Não, não! – balançou o dedo enquanto negava – Eu não daria a mesma sorte que a nossa amiga aqui. O Horan olhava como quem tivesse interessado no que estava vendo. E eu enxergava tudo com esses olhos que Deus me deu.
- Você tá de sacanagem comigo, .
- Inclusive, a segunda vez, eu o encorajei – ela se se encostou à cadeira, satisfeita com o que tinha feito – Nós só precisamos esperar os próximos capítulos dessa novela.
- Acho que eu não chego à Bélgica, e olha que é pra onde a gente vai depois de sair da França – tentava assimilar aquelas informações e seu cérebro buscava alguma lembrança de mais cedo, referente aquilo.
- Chega sim, você querendo ou não – comentou – Nem que a gente te carregue.
- E deixar o Niall assim, livre, leve e solto pra qualquer europeia sem sal e aproximar dele? Olha... Corajosa você, .
- – repousou sua taça, que antes tinha dado um gole, em cima da mesa, e olhou para a amiga – Eu ia falar que quem te tem como amiga, tirou a sorte grande na vida, mas no momento eu quero que você vá...
- Olha, nossa janta chegou! – ela interrompeu , ao ver o garçom se aproximando delas com uma bandeja.
- Sortuda! – ela bufou enquanto a comida era colocada na frente delas.
- Bon appétit. (Bom apetite.) – o garçom que tinha um bigode típico dos franceses as falou e com uma reverência, se afastou.
- Mas que porra é essa? – falou, em alto e bom som, para quem quisesse ouvir, enquanto fazia cara de nojo para o prato.
- O que você pediu pra gente, ? – até empurrou o prato para longe enquanto desviava seus olhos dele.
- Frango – deu uma cutucada com o garfo e então, entortou o nariz – Acho que eu me enganei.
- Você mesma disse que sabia o básico do francês, e pelo menos fome você não passava!
- Para – a menina fez voz de choro – Mas tá com uma cara ótima, não está?
- Ai, meu Deus! – empurrou a cadeira e ficou em pé – Isso é sapo!
- Sapo? – olhou novamente pro prato e sentiu o vômito chegar na garganta.
- Chega – colocou o guardanapo em cima da mesa e também se levantou – Eu vou pagar a conta e a gente vai pro McDonald’s!
*****
- , você realmente não sabia que aquilo era sapo?
- Como eu ia saber? – passava batom no táxi que as levava para uma balada indicada pelos funcionários do hostel – Achei que era só não pedir scargot e tava tudo certo!
- Mas a gente sabe olhar pro cardápio e identificar o scargot! – riu e aproveitou o sinal fechado para passar rímel – Por favor, não diga que você “conhece” holandês, alemão, ou qualquer língua estranha assim?
- Eu tenho uma noção de espanhol? – ela perguntou pras amigas, querendo que elas confirmassem e gargalhou alto.
- Qual a pior coisa que nós podemos comer na Espanha?
- Não sei, mas eu acho melhor a gente comprar um dicionário, porque se depender da pra comer, a gente morre.
- Vocês perderam uma ótima oportunidade de experimentar o peculiar gosto das rãs – a garota deu de ombros.
- Nous sommes arrivés! (Chegamos!) – o motorista comentou parando na frente de um lugar com fachada vermelha.
- Espera aí – abria a bolsa para tirar o dinheiro enquanto olhava para fora – Isso aqui é o Moulin Rouge?
- La Machine du Moulin Rouge, mademoiselle.
- Sai logo desse carro, gente! – empurrava as amigas pra fora – Valeu aí, seu taxista, boa noite!
A menina fechou a porta do táxi e se juntou a e , que estavam paradas olhando para o grande moinho de vento vermelho, com o letreiro luminoso piscando com a luz fraca, escrito “Moulin Rouge”.
- Voulez-vous coucher avec moi, ce soir? – cantarolou um trecho da música Lady Marmalade enquanto entravam na balada.
Já dentro do La Machine, como gentilmente as meninas apelidaram o local, elas foram direto para o bar, onde cada uma pegou uma cerveja e ficaram apoiadas de costas ao balcão, com os cotovelos nele. A balada tinha dois ambientes, no primeiro, onde elas estavam, havia um bar e na parede oposta, um palco, onde mais tarde uma banda tocaria. Já no andar superior, era a balada, onde um DJ já tocava uma música hit do momento.
murmurou alguma coisa relacionada a não beber, e que se ela estava com aquela cerveja na mão, era por amizade que ela tinha, então subiram. já entrava no clima, balançando o corpo para os lados, sentindo a música, enquanto e davam uma olhada geral, procurando alguém interessante.
As horas se passavam, e elas alternavam as bebidas. Eram cervejas, tequila, big apple, enquanto dançavam e cantavam alguma música, incorporando cantoras lá. Então se viu sozinha na pista de dança e parou, abrindo os olhos ao máximo por causa da dificuldade que estava tendo para enxergar alguma coisa, já que tanto o álcool, quanto as luzes da balada inibiam esse sentido dela. Ela enxergou, próxima dela, conversando com um cara, então se aproximou.
- I talk a lot of shit when I’m drinking baby, I’m known to got a little too fast – ela apontava para o cara em sua frente que tentava beijá-la a todo custo.
- Que isso, ? – chegou rindo, com um copo de vodka na mão, enquanto abraçava a amiga pelo ombro – Quem é esse?
- Francês arraso no meu radar! – ela piscou para a amiga e sentiu a perna bambear em cima do salto que usava – Cacete, ! Eu to bêbada!
- Assim que eu gosto – deu um beijo na bochecha dela – Viu a por aí?
deu de ombros e negou com a cabeça e então virou pro rapaz na sua frente enquanto saia de perto dela.
- Don’t mind all my friends I know they’re crazy, but they.re the only friends that I have – o rapaz sorriu e tentou beijá-la de novo, mas ela ergueu um dedo bem próximo dele – I know I don’t know you but I’d like to skip the small talk and romance. That’s all I have to say so baby can we dance?
- Melhor não – o francês, muito bonito por sinal, falou para e a beijou ali mesmo, antes que ela pudesse fazer mais alguma serenata para ele.
olhou para aquele copo de vodka com gelo, que já tinha virado água, e torceu o nariz pra ele. Ela passou por uma mesa, enquanto procurava , e o deixou lá por cima, indo logo em seguida para o bar, pela enésima vez naquela noite, pegar alguma outra coisa para beber. Cambaleando em cima de seu salto, e abaixando o vestido que usava para que ninguém visse mais do que podia, ela desceu as escadas que davam para o andar inferior, onde uma banda tocava alguma música do Green Day. Sentada perto do bar, sozinha, estava com o olhar fixado no nada, com cara pensativa.
- Salto, seu feio! – resmungou enquanto caminhava em direção a amiga e parou no meio do caminho para tirá-los, segurando-os embaixo do mesmo braço que carregava sua bebida – Perdeu a fazendo serenata pra um cara lá em cima – ela apontou pra cima, enquanto sentava ao lado da amiga – Ela tava cantando The Vamps.
- Mentira? – olhou pra ela então, e riu. Em cima da mesa na frente dela haviam quatro copos de tequila, além de pedaços de limões já sugados e alguns pacotes de sal abertos.
- Tequila sem mim? – abriu a boca em um “o”, fingindo estar chateada, mas a amiga largou a cabeça no ombro dela – Que foi, ?
- Aquilo que você falou no restaurante, não sai da minha cabeça.
- O quê? – ela se fez de desentendida e então lembrou – Ah, do Niall? – balançou a cabeça concordando – Você acha que é mentira?
- Não – levantou de novo a cabeça e seus olhos foram para a banda que tocava “Basket Case” – Só que é um negócio surreal, sabe? Em um dia você tá em casa com as suas amigas planejando ir ao show da banda e quem sabe conhecê-los, e no dia seguinte, você quase morre engasgada porque sua amiga disse que o cara da banda olhou com interesse pra você.
- Isso é desabafo de bêbado?
- Também – ela deu uma risada – E agora ele tá lá naquele hotel chique, naquela viela estranha, enquanto eu to aqui, bêbada, pensando nele.
- Eu não ia mentir pra você sobre isso, porque eu sei o quanto esse tal de Horan mexe contigo – deu a língua pra amiga – Mas eu vi, com os meus próprios olhos. Não é porque ele é o cara por quem você é louca, que de repente ele não possa olhar pra você e se interessar, como qualquer outro cara normal. Já se olhou no espelho, ?
- Tonta – deu um soquinho no braço de – E eu não vou deixar ele perdido por aí pra alguma europeia sem sal cair matando.
- Acho bom assim. Agora para de ficar borocoxô e vamos levantar que it’s Paris, baby!
*****
- Me deixa largada aqui pra morrer sozinha!
Era o dia seguinte da balada que elas foram em Paris e também dia do show do One Direction na cidade. balançava , que ainda estava deitada na cama, e colocou o travesseiro no rosto, para encobrir a luz do sol que entrava no quarto, indo direto pro rosto.
- Vai chamar a , ! – ela falou, mas saiu abafado por causa do travesseiro.
- A gente está com um problemão, ! – ela suspirou – Só tem nós duas aqui no quarto. não dormiu no hostel, e eu achei o passaporte dela na minha bolsa.
- O QUÊ? – gritou enquanto levantava e levou a mão até sua cabeça gemendo de dor – Como assim? Cadê ela?
- Não sei, eu não me lembro de nada de ontem à noite. Já são 15h, a ta sumida, eu não faço ideia de onde fica o local do show, e a gente não pode perder ele, porque foi pra isso que nós viemos pra cá – despejou em que tentava assimilar as informações.
- Quem é o infeliz que não coloca cortina nessas janelas? – ela colocou a mão nos olhos – Qual foi a última vez que você viu a ?
- Em algum dos nossos shots de tequila. E você?
- Não sei... Acho que quando ela tava fazendo serenata pra um cara e... Ai, meu Deus, ! E se o cara que ela ia pegar ontem sequestrou e estuprou a ?
- Para, ! – colocou o dedo no ouvido como se não quisesse ouvir aquilo – O que a gente faz?
- Reza? Já tentou ligar no celular dela?
- Chama, chama, e ninguém atende.
- Pelo menos, parece que ela está com ele. Respira... Ela vai aparecer!
Depois de levantar, as duas arrumaram o quarto e foram tomar banho, para melhorar o aspecto delas, devido a noite anterior. A cada cinco minutos, elas ligavam para , que ainda não atendia, e a tensão ficava cada vez maior, por não saberem onde a garota estava.
Assim que ficaram prontas e apresentáveis, já com a roupa que iriam ao show, decidiram ir a uma cafeteria próxima, comer alguma coisa, pra ver se a dor de cabeça e tontura que ainda sentiam, melhorava, se não, ficaria impossível assistir ao show naquela situação. Com quilos de maquiagem no rosto, e um óculos colaborando para esconder as olheiras, saíram do quarto e assim que estavam chegando na recepção, ouviram uma voz conhecida.
- Je ne... (Eu não...) Ai caramba, como a fala isso? Français? (Francês?) Não... Inglês! Eu falo inglês! – ela falava pausadamente, para a moça da recepção entender.
- , graças a Deus! – correu até ela e a abraçou. A menina usava a roupa da noite anterior e exalava álcool pelos poros – Onde você estava?
- Pergunta difícil, ! – ela gargalhou – Mas o boy gracinha de ontem me trouxe pro hostel e disse que vai me ligar quando for pra Inglaterra.
- Você podia ter avisado, ! – disse aliviada – Tem mil ligações nossas no seu celular – e então virou para a atendente, que não parecia entender a presença de lá – Elle est avec vous. (Ela está com a gente) .
- Ah, seu passaporte, gracinha! – abriu a bolsa e tirou o passaporte da menina de lá, enquanto ela mandava um beijo pra amiga.
- A gente vai tomar um café, comer alguma coisa, e depois ir pro show. Você tem esse tempo pra ficar pronta.
- Sim, senhoras! – bateu continência e tomou a chave do quarto da mão de , que estava prestes a entregar na recepção – A propósito, tem um na esquina de cima ótimo!
Quarenta e cinco minutos mais tarde, elas estavam em um táxi seguindo para o Palais Omnisports de Paris-Bercy.
*****
Apesar do péssimo lugar que elas ficaram na arena, e do show de abertura não ser mais os meninos do 5 Seconds of Summer, o show em Paris foi divertido e bastante animado, principalmente pelo fato de uma das perguntas do twitter ter sido para eles falarem algumas coisas em francês. não cansava de gritar para Harry que ele era burro, e estava falando errado, enquanto tanto Zayn quanto Niall, em um francês perfeito, a todo instante repetiam Je t’aime (Eu te amo), fazendo as francesas soltarem gritos agudos, principalmente uma louca, fantasiada de Perrie Edward, com cabelo lilás ao lado delas, que tinha problemas com escândalos, cada vez que Malik abria a boca ou aparecia no telão.
Após o show, classificado como o pior, por enquanto, para elas, devido aos inconvenientes assentos que sobrou, quando abriu a venda dos ingressos, as garotas voltaram da arena direto para o hostel, já que na manhã seguinte, tomariam o trem rumo a Metz, ainda na França, para o show de lá.
*****
- Vocês estavam achando que estavam encenando Se Beber, Não Case – falou para as amigas, já passada a ressaca, no trem, que as levavam até Metz, cidade francesa localizada perto da Alemanha e de Luxemburgo – , você tava afim de entrar no Louvre às 4h da manhã.
- A gente foi pra Paris e não vimos o Louvre – estava indignada, e deu um gole em sua lata de Coca Cola.
- A gente conheceu o One Direction na torre, , não reclama – comentou – Quem deixa a gente beber? – foi responder, mas a amiga continuou – , tu dormiu na casa do cara que você pegou na balada!
- A culpa é de vocês! – ela comentou e soltou um “Quê?” que fez algumas pessoas no trem olharem pra elas – Se eu não tivesse ficado bêbada. Ai, senhor – ela colocou a mão na testa – E eu achei que rodar a Europa atrás do One Direction era loucura. Eu peguei um desconhecido, fui pra casa dele, e dormi com ele. Eu podia estar no fundo do Sena agora!
- Pepeô! – fez o sinal da cruz e bateu três vezes na mesa de madeira, que estava na frente delas – Nem brinca com uma coisa dessas! Quanto tempo já teve de viagem?
- Pouco mais de uma hora, por quê?
- Estamos chegando a Metz. , acha nessa sua organização que só você entende, a reserva no nosso hostel.
- Certo – tirou de dentro de sua mala, uma pasta onde, organizadamente, estava tudo o que elas iam precisar para aquela turnê, ingressos, reservas de hotel – Papelada de Manchester... Por que isso tá aqui? – ela olhou pras amigas que não souberam responder – Perfect Hotel em Paris, reserva dos ingressos de Paris. Hm, é para estar por aqui, ela virou o plástico. Ah, aqui! – ela pegou o papel e sorriu – Ei... Antuérpia?
- Antuérpia é Bélgica... E Bélgica é pra onde a gente vai depois do show daqui.
- É pra estar aí, – tomou a pasta da amiga e foi virando as páginas – Amsterdam, OberQualquer coisa, Dinamarca... Mas que merda? A gente não fez reserva em Metz?
- Não priemos canico! – pegou a pasta para dessa vez, ela olhar com calma – Se não tiver aqui, a gente sai do show e pega um trem direto pra Bélgica.
*****
Assim que chegaram a Metz, , e pegaram o necessário dentro de suas bolsas e deixaram as malas em um bagageiro dentro da estação de trem e estavam decididas as sair do Galaxie Amnéville, onde seria o show naquela noite, e voltarem para a estação, de onde pegariam um trem direto para a Antuérpia.
Como a arena ficava na verdade em Amnéville, região próxima a cidade de Metz, coisa que elas descobriram após chegarem lá, o pouco que conheceram da cidade foi de táxi, no caminho para o local e ficaram por lá, um pouco isoladas das filas, e resmungava “Se o lugar é marcado, pra que passar horas embaixo do sol?” constantemente, enquanto se perguntava porque elas estavam lá em vez de correr atrás dos garotos no hotel deles.
- Isso aqui parece uma cidade fantasma – colocou os óculos de sol e olhou em sua volta, girando 360° - A gente passou por um castelo e não tinha ninguém na rua.
- A cidade inteira está aqui – riu e apontou com a cabeça para a fila, que estava cada vez maior – Certeza que eles devem estar ainda em Paris, vão vir no fim da tarde só, e depois devem seguir direto pra Bélgica.
- Não deve ter hotel nesse projeto de cidade mesmo! – comentou.
Dessa vez o local delas na arena era muito bom, na primeira fileira em frente do palco B, onde novamente, só pode perceber Niall (mais) pálido, quando viu cantando todas as músicas com eles. O garoto viu o olhando de novo e abaixou a cabeça, esboçando um sorriso e depois olhou para ela de novo, que retribuiu com uma piscada e fez um positivo para ele que começou a gargalhar. As três abanaram a mão para Harry e Zayn, que também as reconheceram e então, pegaram um táxi em direção a Metz Ville, quando o show acabou.
- Trois billets à Anvers, s'il vous plaît? (Três passagens para a Antuérpia, por favor?) – pediu para o atendente, que bocejava, devido ao horário.
- Il n'y a pas de train disponible à partir de Metz. (Não existem trem para lá, saindo de Metz) – o moço respondeu sem olhar para elas - La meilleure façon d'arriver en Belgique est de prendre un train pour Paris, et à partir de là, de se lancer dans un autre pour le pays. (A melhor forma de chegar na Bélgica é pegando um trem para Paris, e de lá, embarcando em um outro para o país.)
- Gente, não tem trem pra Antuérpia saindo daqui de Metz, e o moço falou que o melhor jeito de chegar na Bélgica, daqui, é voltando pra Paris e pegando outro trem, saindo de lá.
passou a mão no rosto. Aquilo só podia ser brincadeira e não estava acontecendo. Desejou ser rica, pra voar pela Europa e se hospedar no mesmo hotel dos meninos.
- Vamos pra Paris, oras. A gente não pagou hospedagem aqui mesmo, e precisa chegar lá. Um pouco a mais ou pouco a menos de dinheiro gasto – ela abriu os braços, como se não tivesse o que fazer – É a nossa melhor opção.
- E na pior das hipóteses, a estação de Paris é perto do hostel que nós ficamos por lá, quem sabe eles não nos deixam ficar por essa noite lá.
- Ótimo, ! – virou para o balcão, onde o rapaz estava quase cochilando - Trois billets pour Paris, s'il vous plaît! (Três passagens para Paris, por favor!)
- Le dernier train est parti à 20h. Le prochain demain matin. (O último trem saiu às 20h. O próximo só amanhã pela manhã.)
arregalou os olhos e sentiu suas pernas balançarem ao ouvir aquilo. Ela apoiou no balcão e virou para e que estavam ao lado dela, a espera de mais informações.
- Fudeu! – ela finalmente permitiu as palavras saírem da sua boca.
I've never had the words to say but now I'm asking you to stay.
Liih de volta aqui! Bélgica é um dos meus capítulos preferidos, até porque, foi onde tudo de fato começou a começar em Eurotour. Espero que sintam amor e continuem gostando, como eu amo!
Fazendo uma rodinha com as malas, e sentando no meio delas, lá elas passaram a noite, alternando o momento que uma dormia, as outras duas ficavam acordadas de guarda para que ninguém aparecesse e aproveitasse tanto delas, quanto de seus artigos pessoais.
- Eu estou fazendo um mantra pra me convencer de que a França é um país de primeiro mundo, com índice de assalto e violência quase nulos – falava pra , enquanto cochilava ao lado delas – É assustador passar a noite aqui.
- De vez em quando aparece o segurança da estação, – abriu a bolsa e tirou um pacote de salgadinho de lá de dentro – Servida?
- Por favor! – pegou um punhado e olhou em volta. Tudo que conseguiam ver, era a luz do luar que entrava na plataforma, clareando os rostos delas – Mas se por acaso algum ladrão resolver nos assaltar, ele leva até o segurança junto – as duas riram.
- Acho melhor a gente mudar de assunto. Certas coisas atraem – e então um vento bateu, e arrepiou – Que horas é o nosso trem?
- Só às 07h30 – e então olhou no relógio – Faltam pouco mais de duas horas. E já passou o tempo do cochilo da , sua vez!
Assim que o relógio marcou 7h30, mal puderam acreditar que já estavam dentro de um trem voltando para Paris. Paris, elas sabiam que ainda haviam muitas cidades para conhecer, mas tinham dúvidas se alguma delas seria tão memoráveis, em relação ao One Direction do que aquela.
Depois de desembarcarem em Gare de Paris-Est e andarem por cerca de dez minutos até a estação Gare du Nord, com e reclamando que andava muito rápido e elas não davam conta por causa das duas malas imensas que cada uma carregava, elas andaram no primeiro trem em direção e sem escala até a Antuérpia, cidade da Bélgica, onde seria o show naquele dia.
- To com medo de chegar na Antuérpia – falou já dentro do trem, que as levavam para a cidade – Sonhei com lá enquanto fingia que dormia em Metz.
- Bom ou ruim? – , que observava apoiada com a testa no vidro, dormindo na poltrona da frente, perguntou.
- Péssimo – ela deu uma risada alta e rapidamente colocou a mão na boca, com medo de acordar a amiga – Nada dava certo lá. Desde nosso hostel, que estava sem a reserva e a gente teve que passar mais uma noite na estação, passando por não conseguir entrar no show até ser xingada pelos seguranças dos meninos, porque a gente era muito insistente.
- Que já aconteceu – também riu, mas dessa vez mais baixo – Ai, nem parece que já faz três dias que nós conhecemos eles em Paris.
- No ponto turístico mais lindo do mundo – parecia que estava sonhando acordada e então viu olhando torto pra ela – Certo, depois do tal do Pão de Açúcar, no Brasil.
- Eu não morro sem conhecer aquele lugar! E levo vocês comigo.
- Relaxa, a gente ama uma banda brasileira e vai conhecer o Brasil na próxima vez – gargalhou alto.
- Não coloca minhoca na minha cabeça, !
Assim que entraram na cidade e o trem começou a perder velocidade, elas acordaram e ficaram observando a cidade. Antuérpia tinha ares de cidade medieval, antiga, e puderam ver o topo de uma igreja, com visual gótico. Logo que desembarcaram e puderam observar a beleza do lugar, bem iluminado, mas com traços rústicos, detalhes da decoração do lugar feita em ouro puro.
Assim que elas saíram da Antwerpen-Centraal Station, encontraram uma roda gigante itinerante, que estava na frente da estação e pegaram um táxi até o New International Youth Hotel, o hostel onde ficariam por aquela noite na Bélgica.
A entrada do hostel ficava bem na esquina, no encontro de duas ruas. A frente dele era decorada com flores delicadas e em cima, havia a sacada de um dos quartos. Depois de fazerem o check-in, foram até o cômodo onde ficariam naquela noite. Ele não era bonito, espaçoso e decorado como o de Paris, que escolheram um quarto privativo, mas apesar de ser público, com dois beliches, era convidativo e fofo, nas palavras de , além de terem dado a sorte de não haver mais ninguém hospedado com elas.
- Já to apaixonada pela Antuérpia – sorriu na sacada do quarto delas, que dava para frente, bem no encontro das duas ruas – Aqui tem um cheiro bom, a cidade é fofa, as pessoas são educadas...
- E a língua é estranha – chegou do lado dela e inalou um pouco de ar puro para seus pulmões – Pena que a gente não vai ter tempo pra fazer turismo aqui e já vamos pra Holanda amanhã.
- Verdade, mas a arquitetura da cidade em si, já rende fotos lindas – ela sorriu para a amiga e virou para dentro, onde trocava de roupa – Pronta, ?
- Quase! – a menina estava trocando o par de tênis que usava para viajar por suas sapatilhas e separava sua bolsa com sua carteira, passaporte e o ingresso do show – Já achou o hotel dos meninos?
- Então... – olhava no celular – Segundo as pessoas que não sabem ficar quietas e explanam cada passo que dão, eles estão no Hilton, a gente pode ir lá conferir.
- E isso fica? – colocou sua bolsa no ombro e olhou no espelho, arrumando seu cabelo.
- Sem perguntas difíceis, ! A Antuérpia fica na parte da Bélgica que fala holandês, se fosse na que falava francês até dava pra arrastar – sentiu o estômago clamar por comida – E se a gente pegar um táxi até o hotel e procurar algo pra comer lá por perto?
- Você tá com fome, e queria que a aqui falasse francês porque seria mais fácil, ? Pra comer rã? – fechou a sacada e também pegou sua bolsa – E se a gente economizasse e pedisse informação de como chega no hotel de transporte público? – ela deu um pedala na amiga que passou a mão na própria cabeça, resmungando que doeu.
- Vamos de bonde! – bateu as mãos como uma foquinha e elas saíram do quarto.
Depois de muita dificuldade de compreensão da atendente do hostel, que falava inglês, mas com sotaque holandês, elas saíram em direção do local indicado e em cerca de cinco minutos, alcançaram a Antwerpen Zurenborg, estação de onde o bonde delas partiria. estava adorando a sensação de estar em um bonde e não cansava de tirar fotos. Se não fosse a maquinista gritar para elas que a próximo ponto fosse o Hilton, elas com certeza perderiam a parada e sabe-se lá onde desceriam.
Quando as garotas saíram do bonde, puderam ouvir os gritos e riram. Podiam rodar o mundo, mas tinham a plena certeza de que onde quer que o One Direction esteja os gritos vão perseguir eles.
Elas foram até a esquina e viraram a esquerda, para dentro de uma praça. O Hilton Antwerp fica na praça Groenplaats, em uma arquitetura antiga e bem conversada. Na lateral dele, de frente para essa praça, havia uma cafeteria, com algumas mesas para fora, onde já haviam algumas pessoas sentadas, mesmo tendo recém-passado a hora do almoço e então elas viraram para a direita, onde encontraram várias garotas com cartazes, câmeras, faixas e camisetas escritas One Direction, amontoadas em uma grade, que as deixava longe da entrada do hotel.
- É, acho que é aqui! – parou e cruzou os braços, observando quando uma garota era tirada no colo por um dos seguranças, que estava desmaiada, provavelmente por conta do sol.
- E ela acertou de novo, senhoras e senhores – batia palma para as amigas que fingia que estava de saia, e “puxou” a barra para os lados e agradeceu, curvando-se.
- Deixa disso, – ela se recompôs – Essas bonitinhas aí que escreveram no Twitter. Você escreve “One Direction”, “Hotel” e o nome da cidade, pá pum! – e aqui estamos!
- E o Zayn tá aí dentro – olhou até o topo do quarto andar do hotel – Tá difícil pra gente se encontrar, indiano!
- Você tirou foto com ele fazem dois... Três dias? – estendeu o braço e bateu na própria testa – To perdida no tempo, mas enfim, recentemente você tirou foto com ele te carregando no colo no maior recém-casados feelings, e tá falando que tá difícil?
- Difícil tá a situação da nossa amiga aqui – abraçou por trás, na altura do pescoço – Que não sabe se ela quer o Louis ou o Liam.
- Já falei que meu coração sempre cabe mais um palhaço e você tá me enforcando, ! – ela forçou e tirou o braço da amiga que estava rindo dela – Não sou que nem vocês que ficam aí toda atirada pelo primeiro que aparece.
- Ei! Peraí que eu senti uma indireta – , que até então estava de costas para ela, virou.
- Não preciso soltar uma indireta pra isso. Você passou a noite com um francês magia e nos fez pensar que você tinha sido estuprada, mas tá tudo certo.
- Um pouquinho só de discrição, , é pedir muito?
- , tá pedindo uma coisa muito complicada pra fazer – virou de costas pro hotel – Nhaaam, Subway, let’s! – e sem as meninas responder se topavam, já foi caminhando pra dentro do restaurante.
- Niall, tua mulher tá com lombriga na barriga – gritou para as janelas do hotel como se o menino a ouvisse e então virou – Mas eu não me importo de comer.
- You’ve never loved your stomach or your thighs. – cantarolou enquanto as seguia e como retribuição, levantou o dedo do meio pra ela.
Depois que elas comeram seus lanches, decidiram dar uma volta ali por perto com a desculpa de que a porta do hotel estava silenciosa e que se os garotos saíssem de lá de dentro, haveriam novos escândalos e correndo elas estavam ali de volta. Elas conseguiram conhecer toda a região, e decidiram tomar um sorvete na praça, enquanto esperavam alguma coisa acontecer.
- Talvez se a gente estivesse hospedada pra tentar alguma coisa, a agonia era menor – comentou enquanto lambia uma das bolas do seu sorvete.
- Ou talvez a gente estivesse mais agoniada lá dentro – olhou pro nada e então virou pras amigas – Sabe, gastar dinheiro sem saber se ele realmente vai ser utilizado com a finalidade que a gente quer.
- Mas pelo menos seria uma garantia de que nós estaríamos dentro do Hilton, um lugar cinco estrelas e não pulguento.
- Mas nosso hostel não é pulguento – sentiu-se ofendida, aliás, foi ela quem tinha planejado a temporada na Bélgica.
- Mas também não é cinco estrelas – concluiu – Queria saber só por uma noite, como é uma vida de rainha.
- Eu acho que ainda tem muito chão na nossa frente, pra nós ficarmos chorando e pensando no que podia ser. A gente nunca sabe o dia de amanhã – chamou a atenção das amigas – Nós temos um mês ainda.
- Você tá certa – voltou a atenção ao seu sorvete e olhou para o hotel
– Já tá tarde, o hotel tá muito quieto e pouco movimentado pelos seguranças. Estou achando que os meninos foram pra passagem de som e Meet & Greet.
- Pode ser – olhou no relógio – Pelo horário tem chance mesmo. E é capaz deles ficarem pela arena, a gente fica aqui até o show?
- To cansada – deu de ombros – Nossa última noite não foi das mais confortáveis do mundo e esse sol tá gostoso.
- Fazer fotossíntese é o que há! – bocejou um pouco – Vou voltar pra Inglaterra e amputar as pernas, porque elas não existiram até lá.
- Falando em Inglaterra, o que vocês vão fazer quando nossa viagem terminar?
- Vou me esconder em Harrow até o fim das férias porque estarei falida – riu – Vai pra Irlanda, ?
- Talvez... Às vezes eu tenha que voltar pro laboratório em Manchester, não sei ainda.
Enquanto elas discutiam o que fariam depois que aquela viagem dos sonhos terminasse, uma menina as observava sentada no Terrace Café, do próprio Hilton, enquanto tomava um café da tarde. A menina suspirou ao ver aquelas três conversando e rindo. Talvez ir puxar papo não seria ruim, elas pareciam tão legais. Em um impulso de coragem a garota de cabelos escuros até a altura do ombro e batom vermelho se levantou e caminhou até as três.
- Oi – ela falou e as três, que riam que arrumariam um namorado pela Europa, se calaram e olharam para ela – Eu estava sentada no café, e vi vocês rindo e...
- Eu te conheço – atrapalhou a fala da garota e se aproximou dela – Eu tenho certeza que já te vi em algum lugar.
A garota sentiu-se um pouco desconfortável e arrumou seus óculos de grau, com armação modelo wayfarer, que ela usava porque achava estiloso, pois possuía lentes. Ela respirou fundo.
- Vocês são fãs de One Direction?
- Sabia! – levantou – A namorada do Styles!
- Eu lembro de te ver com ele em Manchester – comentou e limpou a boca com um guardanapo – A hora que ele saiu do hotel. Ela foi direto pra van e ele veio falar com a gente, meninas.
- Ah é! – sorriu para a garota – Como é seu nome?
- Gabriella – a menina juntou as duas mãos, ainda um pouco envergonhada com ir puxar assunto com três desconhecidas, e mais ainda, por elas serem fãs de One Direction – Mas eu acho que estou mais pra atual peguete do Harry, do que qualquer outra coisa.
As meninas ficaram em silêncio. Se fossem mais novas, soltariam a cara de pau que existia nelas, e ajoelhariam aos pés da garota para que ela as levasse para dentro do hotel, para poder conversar com os meninos, de novo. Mas lá estavam elas, três adultas, universitárias e maduras, vivendo um sonho, e engolindo aquela imensa vontade de fazer perguntas sobre os garotos.
- Desculpa vir aqui até vocês, mas o Harry pediu que eu o acompanhasse nessa tour, e como eu gosto dele e nós estamos nos conhecendo, aceitei. O problema é que eu sempre estou em volta de cinco garotos, e às vezes eu sinto falta de estar que nem vocês, tomando um sorvete e rindo de qualquer besteira – nenhuma delas ousou fazer um barulho, e só ouviam o que a garota tinha a dizer – Eu sinto tanta falta de desabafar que... Ai, nem sei! – Gabriella sentou no chão da praça e cruzou as pernas.
- Tá maluca? Senta aqui! – se espremeu um pouco em , abrindo um mísero espaço no banco – , chega mais pro lado.
- Tu quer me ver no chão, é? – a garota da outra ponta retrucou. Gabriella riu.
- Vamos sentar ali no café do hotel.
- Só pra hospedes – sorriu para ela.
- E daí? – Gabriella deu os ombros e já se levantou, batendo em seus shorts, para que a poeira do chão saísse deles – E mesmo que for, eu sou hóspede, posso trazer quem eu quiser, venham.
olhou para , que olhou para que retribuiu o olhar e esticou o corpo para que seu olhar encontrasse o de . A primeira deu de ombros a cada “Não tem problema, pode vir!” de Gabriella e então elas se juntaram a antiga mesa da garota, na área externa do Terrace Café.
- Vocês falaram que me viram em Manchester – Gabriella disse após pedir o cardápio para um dos garçons – Vocês são daqui e foram pro show de lá? Ou são de lá e vieram pro show daqui?
- Nós estudamos em Manchester, mas eu, , sou da Irlanda, e a e a são de Brighton e Harrow. Desde a primeira turnê deles, nós começamos a trabalhar e juntar bastante dinheiro para que a gente pudesse rodar a Europa atrás deles – tomou ar – Nós fomos aos dois shows de Manchester, fomos a Paris e Metz, e agora estamos aqui.
- Uau! – Gabriella sorriu para elas e quando o garçom trouxe novamente o cardápio, ela entregou às meninas que falavam que não queriam nada, mas ela insistiu – Vocês realmente gostam deles.
- A gente sabe que já passamos da idade de fazer loucuras por bandas, mas como nós nunca fizemos, sempre tem a primeira vez.
- Eu já fiz isso, mas com o McFly. Foi pela Inglaterra, e eu estava sozinha.
- Tem meninas indo e vindo, com faixas e camisetas com os rostos dos meninos, inclusive umas loucas com cartazes suplicando por um ingresso de show, e você está aqui tomando um café de boa, sem ninguém gritar por você. Como?
- Sabe, . É , certo? – Gabriella perguntou e menina concordou – Eu não tenho nem jeito de falar isso, mas o Harry não quer nos assumir publicamente. Ele não é uma má pessoa, nem nada, só que já soltaram tantos boatos sobre a vida amorosa dele, tantas mentiras, que ele se cansou. Eu não saio com ele publicamente. Nosso relacionamento é dentro do hotel e no backstage do show.
- Mas você não sente falta de sair com ele de mãos dadas por aí? – apontou para a praça que antes estavam sentadas – Namorar, dar um beijo. Visitar um ponto turístico.
- Sinto – Gabriella deu de ombros – Inclusive foi horrível pra eu ver as fotos deles na torre Eiffel, em Paris, e eu não ter conhecido, só pra não poder ser vista com ele.
apoiou os cotovelos na mesa e afundou seu rosto nas mãos como se estivesse indignada com tudo que a garota estava contando, mas, no fundo, estava engolindo o grito que estava em sua garganta por não acreditar que estava conversando sobre Harry Styles e a namorada dele, com a própria garota.
- Nós os conhecemos na torre – sorriu para a menina e pegou a câmera de dentro da bolsa – Só tínhamos nós três lá e depois de muita insistência, saiu essa foto.
- Me deixa ver - Gabriella estendeu a câmera e olhou pra ela por um instante e então riu – Harry sozinho e de chifrinhos, que ótimo! Ele é sempre o mais desejado por todo mundo – e então ela rolou os olhos, fingindo ciúmes.
- Eu tentei não excluí-lo – respondeu com a mão apoiada no rosto.
- Zayn e parecem estar se divertindo tanto. Você e... Liam e Louis? – ela olhou e fez sinal pra não perguntar. Gabriella concordou com a cabeça – e Niall... Então é você a menina da torre que ele anda falando.
- É o quê? – falou tão alto que se engasgou e começou a tossir e demorou um pouco para se recompor – Como assim “ele anda falando”?
- Oras. Que eu ouvi, ele falou uma vez, mas mais de uma vez o Harry já chegou contando que o Horan fala da menina que eles conheceram na torre. Que ela era bonita tinha os cabelos escuros e parecia ser bem divertida.
- Isso só pode ser brincadeira com a minha cara.
- Não entendi o problema – Gabriella devolveu a câmera para e olhou pra menina que estava boquiaberta na sua frente – Só porque ele é o cara do One Direction, ele é intocável? – ela balançou os dedos em sinal de negação – Ele é um garoto que olha pra quem é bonita sim, que se interessa, que chega nos outros. Se ele se interessou por você, garota, você é uma menina de sorte porque ele é um doce.
- Meu cérebro parou de funcionar quando você falou “One Direction” – sentiu o choro subindo pela garganta e o engoliu – Então, você fala pra ele que... Meu nome é – ela disse animada e fez todos na mesa rirem.
- Pode deixar que eu realmente falo – Gabriella olhou no relógio e depois estendeu seu celular para elas – Eu vou me arrumar, pois logo vou pro show, coloquem seus números aí. Vocês estão hospedadas em algum lugar?
- Em um hostel perto da estação – respondeu e Gabriella negou com a cabeça e soltou uma risada, fazendo-as entender que ela não sabia onde ficava.
- Imagino que depois do show vocês voltem para lá, certo? – concordou com a cabeça – Não voltem pro hotel de vocês. Voltem pra cá, por favor! – ela juntou as duas mãos como se estivesse rezando – É sério. Eu encontro vocês aqui no Terrace Café. Digam-me que vocês vão vir.
- Tudo bem – deu de ombros – Então a gente se encontra aqui depois do show.
- E fiquem de olho nos celulares, certo? – um garçom se aproximou delas quando viu pegando a carteira para pagar a bebida consumida e Gabriella empurrou o dinheiro de volta para a menina – Coloca na conta do 432 – elas se levantaram – Até de noite!
- Nos vemos mais tarde – sorriu, e depois de abraçar as três, Gabriella voltou pra dentro do hotel, pela própria cafeteria, e sumiu da visão delas – Meu Deus.
- O que acabou de acontecer? – estava desnorteada.
Depois que Gabriella voltou para dentro do Hilton e as deixou ali, parecendo três baratas tontas e desnorteadas, por um tempo elas ficaram quietas sem saber o que pensar. Por que a menina insistiu tanto para que elas voltassem para lá após o show? Por que a namorada de Harry Styles quis tanto puxar assunto com elas?
olhou no relógio e constatou que também era o momento delas irem para a arena, que por acaso, não faziam a menor ideia de onde era. Enquanto foi perguntar onde ficava o Sportpaleis Arena, ela abanava o rosto de , que estava se sentindo mal, depois daquelas informações que Gabriella tinha lhe dado.
Niall ter se interessado por ela? Ela subiu no bonde na Antwerpen Premetrostation Groenplaats, mesmo lugar que elas haviam desembarcado mais cedo, ainda pensando naquilo. “É coincidência demais”, ela negava com a cabeça para si mesma, alheia do que e falavam sem parar ao lado dela. “Eu não sou divertida”, ela falou para si mesma, “Claro que você é, ! Todo mundo acha isso, e em cinco minutos o Niall tirou essa conclusão de você, fica quieta”, parecia que a menina tinha um anjinho e um diabinho falando cada um em cima de um ombro dela. “Eu sou uma menina de sorte. Sorte. Sorte?” os pensamentos dela estavam longe “Claro que eu sou uma garota de sorte. Niall Horan já falou pros amigos de banda de mim.”
- Chegamos! – disse animada, e agradeceu por ela ter sido acordada daqueles pensamentos.
Já não existia fila em volta de Sportpaleis quando elas chegaram, e o show de abertura já estava acabando, no momento que acharam seus lugares, que ficavam na lateral da arena, bem próxima ao palco. Os meninos entraram no palco embaixo de gritos e escândalos das mais variadas formas enquanto essas mesmas meninas choravam descontroladamente ao vê-los no palco. abanou a mão para Louis que veio do lado delas cumprimentar as fãs e sorriu para o menino, mesmo tendo certeza de que ele não iria vê-la naquela multidão.
As músicas foram passando uma a uma, e as meninas já estavam decorando a ordem do setlist, quando finalmente chegou o momento das perguntas do twitter, que era a parte do show que elas mais gostavam.
- Eu preciso falar – Zayn deu uma volta no palco e então virou de novo pro público – Vocês provavelmente são o público mais barulhento que nós tivemos até hoje!
Mais uma vez, houve histeria na arena, então Liam virou-se para o telão, onde apareceria a primeira pergunta.
- A Ray quer saber – ele leu a pergunta para si mas virou para a plateia – Cadê você, Ray?
Do lado contrário onde elas estavam rolou uns gritinhos e os meninos viraram para lá.
- Tudo bem? – o próprio Liam perguntou e então leu a pergunta – Qual é o toque do nosso celular. Interessante. Niall Horan, qual o toque do seu celular?
- Ai. meu Deus – se apoiou em e sentiu o coração palpitar.
- Bed of Roses, do Bon Jovi, Mr. Payne! – o menino engrossou um pouco a voz e Liam abanou o vento pra ele.
- Harry!
- He’s a pinball wizard there has to be a twist – e finalizando o trecho, ele bateu uma palma – Pinball Wizard, do The Who.
- O rapaz é vintage! – Liam gargalhou – Com vocês, o garoto de Bradford, Zayn Malik!
Uma multidão de meninas entraram em histeria com a apresentação que Liam fez dele, e o garoto riu.
- Oh myyyyyy God – ele levantou as sobrancelhas, fazendo uma cara de sacana – Usher, Usher, Usher!
- Querido Tomlinson!
- Meu celular toca Over My Head, do The Fray – os meninos fizeram um “ui” pra ele que riu envergonhado.
- E a minha é Crawl, do Chris Brown.
- Mas é um menino apaixonado – Louis fez carinho na cabeça do amigo que o olhou sério.
- Só se for pela parede, né? – ele respondeu e mexeu com , falando que ela podia conquistar ele – Mas é pela Antuérpia e pelas garotas maravilhosas daqui – ele puxou um pouco a sardinha e esperou mais gritos. Se não fosse o fone que eles usavam, ficariam surdos – A gente pode passar pela próxima pergunta?
- Que isso? – Niall olhou pro telão e gargalhou – A Jully quer que você se case com ela, Styles!
- Opa! – ele virou pra plateia – Cadê a Jully?
Uma menina que estava na frente do palco, onde eles faziam as perguntas, começou a abanar os braços desesperadamente.
- Posso chutar que a Gabriella tá infartando no backstage? – riu observando a cena.
- Quem sabe hoje o Harry vá ter que dividir o quarto com alguém? – também ria da imagem, e tentou imaginar a dócil menina, que mais cedo teve coragem para puxar assunto com elas, querendo arrancar os próprios cabelos e quem sabe do namorado e da menina que havia mandado a intimação para ele.
- Jully? – Harry chegou o mais perto que pode do palco, e viu a menina concordando com a cabeça. Ele ajoelhou no palco e deu o melhor de seus sorrisos – Casa comigo, Jully!
- QUE ISSO? – gritou, seguido de um “Oh”, da plateia – Toma juízo, Styles que tua namorada coloca você pra dormir na casinha do cachorro essa noite!
- O Harry tá namorando? – uma menina pegou no braço de , e estava com os olhos arregalados.
- Erm... Ele sempre tá com alguém, né? – comentou e então virou pras amigas, franzindo o rosto.
- Então, Jully, o que me diz? – Niall se aproximou com o microfone da garota, que tremendo e com lágrimas nos olhos disse “sim” – Então eu os declaro marido e mulher!
Então os garotos responderam mais algumas perguntas. Assim que começou Rock Me, virou pras amigas.
- Acho bom a gente sair agora. Lembram que a Gabriella disse para nós voltarmos pro Hilton?
- A gente vai mesmo? – perguntou com um pouco de dúvida.
- Claro, ! Tá maluca de ter duvida de uma coisa dessas? – a olhou indignada.
- Eu não quero me aproveitar da boa vontade dela – a menina suspirou e então deu de ombros – Certo, nós vamos.
- Então a gente sai daqui, vai pro hostel, toma um banho, fica decente – segurou uma mecha de cabelo que estava ensopada – E volta pro Hilton.
- Tá, vamos logo – foi puxando pela mão, que puxava – E se eles virem a gente saindo, faz a egípcia e finge que não está ouvindo.
Em dez minutos elas já estavam fora da arena e se enfiaram em um táxi pela expressa N184, em direção ao hostel delas.
*****
Felizmente, não havia chegado nenhum outro hóspede para dividir o quarto com elas, então puderam abrir suas malas e andarem só de pequenos trajes pelo quarto, enquanto tentavam, da maneira mais rápida possível, tomarem banho, passar uma maquiagem de leve, e escolherem uma roupa discreta. Elas não faziam ideia do que Gabriella estava aprontando, mas era algo que elas realmente queriam saber.
foi a primeira a ficar pronta. Usava um vestido florido, com um cardigan por cima, e nos pés tinha uma sapatilha. também colocou sapatilha, mas estava reclamando de frio e optou por colocar uma calça jeans, com uma blusa frente única e escondeu embaixo de uma jaqueta de couro preta. Já seguiu os moldes de e também escolheu um vestido, mas o da garota era preto e ela usava uma sapatilha vermelha, e colocou um casaco da mesma cor.
- Alô? – atendeu o celular depois de ver um número desconhecido.
- ? É a Gabriella! Onde vocês estão?
- Estamos saindo do hostel, entrando no táxi! Estávamos meio nojentas do show e viemos tomar banho – tinha que aprender a não ser muito sincera – Nos vemos em dez minutos.
- No Terrace Café, não esqueçam! – Gabriella falou e desligou o telefone.
Durante o trajeto rápido pelas ruas da cidade belga, elas foram se perguntando o motivo de Gabriella ter as chamado lá. Talvez fosse para confessar, mas as três pensavam que talvez tinha alguma coisa a ver com o One Direction, mas nenhuma delas teve coragem de falar aquilo em voz alta, como se comentar aquilo, fosse fazer a hipótese deixar de existir.
O táxi encostou na Eiemarkt, rua de frente para a entrada principal do hotel, e elas puderam ver que existiam algumas meninas chorando lá na frente, encostadas na grade, não muitas, mas pelo horário, era uma quantidade razoável. Talvez os meninos tivessem chegado do show e parado para conversar e tirar algumas fotos com elas. sorriu ao pensar naquela possibilidade e sorrateiramente, elas foram em direção ao Terrace Café onde, assim como , Gabriella estava sentada, vestindo uma jaqueta de couro.
- Finalmente! – a menina se levantou quando as viu – Venham logo, os meninos estão lá dentro loucos pra conhecer vocês... De verdade!
- É o quê? – as três pararam no meio do caminho – Isso só pode ser uma piada de muito mau gosto!
Gabriella sorriu, mas sem mostrar os dentes e balançou a cabeça, dando novamente as costas às meninas, e entrando no hotel. fez o sinal da cruz umas três vezes seguidas, e foi atrás da garota, seguida por e . A namorada de Harry achou que as garotas mereciam aquilo, simplesmente por terem recebido ela tão bem, quando se sentiu sozinha e sem amigas. Lógico, sair em turnê com o namorado pela Europa e estar hospedada nos melhores hotéis era um sonho, mas ela sentia falta de alguém pra conversar, principalmente assuntos femininos. Não podia bater no quarto ao lado e reclamar com Louis que está de TPM, e precisava chorar no ombro dele. Uma coisa levava a outra. O trio a recebeu bem, ouviu o desabafo dela, e riram juntas. Era assim que uma amizade se iniciava, não era? Elas não eram íntimas, mas nunca sabe o dia de amanhã. E se as três estavam dispostas a ouvi-la, a dar atenção a ela, Gabriella iria retribuir da melhor forma que podia.
Depois de atravessarem o Terrace Café por dentro, elas chegaram até um grande lobby, onde viram uma porta de vidro, do outro lado dela, estava a grade que elas conheciam, onde algumas garotas estavam sentadas, ainda na esperança de encontrar os garotos, naquela hora. respirou fundo. Elas estavam no salão de entrada do Hilton.
- O bar fica lá em cima! – Gabriella disse a elas e logo parou na frente de um elevador e apertou o botão, para que ele chegasse ao térreo – Vocês estão muito quietas, meninas.
- Eu vou ser sincera, Gabriella – tomou a palavra pela primeira vez, desde então – Até acredito que as meninas também tenham pensado que isso – mexeu os braços de forma circular, como se mostrasse um todo – Realmente poderia acontecer, mas a gente nunca realmente falou com você, com alguma intenção. E nós estamos aqui.
- Vocês fizeram por merecer – Gabriella falou assim que o elevador chegou, e fez sinal para que elas entrassem primeiro – Eu já tentei me aproximar de outras pessoas, de outras fãs, eu confesso, mas ou elas conversavam entre si e não me davam bola, ou olhavam pra mim como se eu fosse alguma maluca, por falar com desconhecidos. E então vocês estavam sentadas na praça. O resto da história é essa – ela apontou para o chão, indicando o momento que estavam vivendo – É o que eu posso fazer por vocês.
O elevador então chegou ao último andar, e podia sentir sua perna balançando. Talvez ela não estivesse tão nervosa, se aquele anjo em forma de gente, não tivesse mencionado o fato de Niall ter falado dela. Sentia-se uma adolescente de 15 anos perto do garoto que ela gostava. Mas para , os 15 anos já tinham ficado para trás há certo tempo.
- Venham – Gabriella saiu do elevador e puxou tanto quanto pelo braço, sendo que a última, puxou , que estava um tanto pálida – Vocês me chamem de Gabi! E os meninos estão um pouco cansados do show, mas estão se divertindo, ansiosos por conhecer vocês e são os cinco meninos mais doces da face da Terra.
Elas atravessaram a área interna do Bar Room, e quando se aproximaram da porta, começaram a ouvir risadas e vozes que elas já conheciam. Era tudo ou nada, a hora era aquela e não teria mais para onde fugir. Gabriella atravessou para a área externa, e logo foi de encontro com Harry, que a aguardava já de braços abertos.
- Meninas, esses são os meninos – ela disse já nos braços do namorado, que segurou em sua cintura – Meninos, essa são as meninas que eu falei mais cedo. E não achem que elas sou eu, que vocês já esqueceram que eu sou uma garota e me tratam como um de vocês.
Com exceção de Harry que estava em pé tomando sua cerveja, os outros quatro garotos estavam espalhados em espreguiçadeiras em volta da piscina do hotel. Louis se levantou e foi em direção a elas, mas sem largar a cerveja que ele também tomava.
- Hey! – ele abraçou cada uma delas, que ainda estavam travadas, por realmente estarem lá. Desde o planejamento da viagem dentro do alojamento de , até elas tomarem o Eurostar até Paris, estar no terraço de um hotel cinco estrelas com sua banda preferida, foi algo que nunca passou pela cabeça delas. Era algo fora da realidade – Quero nomes!
Travar e começar a chorar na frente deles, além de parecerem as fãs descontroladas dos shows, não era algo que estavam nos planos delas, então engoliu toda aquela vontade de extravasar que estava sentindo, e tomou a frente, e sorriu para Louis.
- Meu nome é , mas só minha mãe e as meninas me chamam assim, quando todas estão bravas comigo, então me chamem de . E essas são a e a .
- Então espera – Zayn se aproximou delas e colocou uma mão para trás, onde ele segurava um cigarro – , e . Acertei?
- Quase – então se soltou, já que até então seus olhos estavam fixados em Niall, atrás ainda na espreguiçadeira, que não conseguia conter o sorriso – Eu sou a , e ela é a .
- , e ! – Niall gritou de onde ele estava e riu – E sim, eu to bravo porque vocês ainda estão aí dando bola pra esses dois!
Enquanto as garotas cumprimentavam Harry, Liam e Niall, Louis e Zayn pegavam três cadeiras e colocavam próximas a eles, para formarem uma roda. sentou na cadeira ao lado de Niall, que estava do lado de Liam, ao lado de Louis e então Zayn, e e fechava a roda, enquanto Gabriella e Harry estavam atrás deles em pé.
Apesar de eles serem seres humanos, como elas, estar ali era uma sensação surreal. Se aquilo realmente fosse um sonho, poderiam falar que eram como amigos, só jogando conversa fora enquanto riam e bebiam alguma coisa. Mas palavra nenhuma conseguia descrever aquilo que elas estavam sentindo dentro delas.
Já um pouco mais descontraídas, as bolsas já estavam no chão, enquanto elas já carregavam cada uma, uma garrafa de cerveja. Harry relembrava alguma história divertida da primeira vez deles nos Estados Unidos.
- Só o Louis pode beber nos Estados Unidos hoje, mas naquela época, nenhum de nós cinco podíamos – ele segurava a garrafa de cerveja com os dedos, e Gabriella estava sentada em uma perna dele – Alguém levou bebida pra dentro do hotel.
- Aí vocês podem imaginar – Liam cortou Harry, que aproveitou e deu um beijo no ombro da namorada – Cinco garotos que estavam descobrindo o que é ter fama, com bebida nos copos, num país igual aos Estados Unidos – ele pôs a palma da mão na testa, enquanto dava uma risada nasalada e continuou – E mais, nós tínhamos recém-assistido Se Beber, Não Case.
- Las Vegas, cinco menores de idade e um filme desses – Niall fez uma pausa dramática – Queria tanto poder contar o final dessa história pra vocês.
- Conheço duas meninas que quiseram brincar de Se Beber, Não Case também – deu um gole da cerveja que tomava e fez uma cara feia, não bebia nada alcoólico, mas não iria ser a única tomando suco – Mas foi em Paris!
- Mas precisa lembrar disso, ? – olhou para a amiga, que riu.
- Pode por na roda! – Niall terminou a cerveja, colocou no chão ao lado da cadeira, e esfregou suas mãos, uma na outra, ansioso por aquilo. balançou a cabeça. Definitivamente, aquilo era surreal.
- É que eu e a temos problema com tequila.
- Não é bem assim – se intrometeu e Niall virou a cabeça para prestar atenção nela – A tequila que tem um problema com a gente, pois nós gostamos muito dela.
- Se vocês oferecerem tequila no café da manhã pra elas, elas vão tomar. Se vocês oferecerem tequila agora pra elas, elas vão tomar!
- E se a gente tomasse uma rodada agora? – Gabriella falou e os meninos ficaram meio apreensivos – Amanhã vocês tem day-off, meninos, e viajam só no outro dia.
- Um shot cada um não vai matar ninguém, certo? – Louis levantou o dedo e então apontou para as garotas na frente dele – Ninguém vai casar amanhã, né?
- Bullying, Tomlinson. Isso é bullying – arqueou uma sobrancelha – Vou lembrar disso.
- Dá licença, eu sou folgada – falou e correu para espreguiçadeira de Louis, quando ele e Harry foram até a parte interna do bar, pegar os shots.
Liam virou para a garota já ao seu lado e começou um papo só entre eles dois, sobre ela, que falava de sua família, da faculdade, e até o que tinha a feito escolher aquele curso. Zayn havia sentado na cadeira que antes era ocupada por e travou uma conversa com , Gabriella e .
- Ô que dó! – se esticou até onde Niall estava, quando ele reclamou de ter sido excluído e o abraçou – Ninguém mais vai te excluir.
- Hein? – Harry e Louis chegaram, cada um com duas bandejas, e se depararam com os dois abraçados, mas de mau jeito – Onde eu perdi?
- Perdeu o quê? – olhou para os dois que ainda olhavam para ela e Niall – Quero ver quem toma o shot mais rápido aqui.
- O Payne! – Harry disse fazendo o garoto desviar da conversa que estava tendo com e olhou para os lados – É você mesmo, pega um copo aí logo!
- Vocês não conhecem a – falou pegando um copo contra sua vontade – Vocês tão dando água pra ela.
- Tá me ofendendo! – ela pegou um copo da bandeja que Louis carregava – Mas assim, se alguém quiser apostar comigo...
- Eu aposto, – Liam sentou na beirada da espreguiçadeira e olhou diretamente pros olhos escuros da menina a sua frente – E se eu ganhar?
- Na verdade – ela olhou no relógio que já passava da uma da manhã – Quem perder pula na piscina.
- Uh, ela sabe apostar – Zayn provocou – Mas o Payne vira isso mais rápido que ele pisca, sinto informar. Acho que você já pode até pular na piscina. É menos humilhante.
- Vocês não sabem com quem estão apostando – falou ao lado de Liam – Aposto na !
- Eu também – levantou a mão, seguida de Gabriella.
- Meninas contra meninos, desculpa aí Liam – ela sorriu pro garoto quando disse que a amizade deles estava cortada com aquilo.
- No três – Harry olhou fixadamente para os copos dos dois – Um... – olhava pra Liam, que tinha um sorriso sacana no rosto – Dois – a menina arqueava a sobrancelha pra ele já pedindo desculpa pela vitória – Três!
respirou fundo e virou o copo de uma vez, sentindo o líquido, puro, sem limão nem sal, descer rasgando pela sua garganta e olhou para a frente.
- Sorry, Payne! – ela falou quando o menino ainda estava virando o líquido para dentro de sua garganta – A piscina é toda sua.
- Ela roubou – ele gritou depois de finalmente ter bebido tudo – Ela queimou a largada.
- Piscina, Payne! – Louis deu dois tapinhas nas costas do amigo – Você já foi melhor, cara.
- Mas foi roubado isso – Liam ainda tentava argumentar – O copo dela tinha menos.
- Quer apostar de novo? Sem problemas – deu de ombros – Eu tomo duas enquanto você ainda tá na primeira.
- Vai humilhar, . Deixa quieto – disse ao lado do garoto e então virou pra ele – Não sei nem o que te falar.
- Vocês não vão tomar não? – respondeu bravo enquanto via todos os outros ainda com um copo na mão.
- Sem aposta nenhuma, mas eu acho que a toma primeiro – comentou – E mais, alguém ainda vai babar tequila pela roupa inteira.
- – Niall olhou e levantou o copo para ela, seguido de todos os outros.
- Horan – a menina retribuiu o gesto – Já!
Todos viraram a tequila junto, e então foi a primeira a terminar, com um sorriso, enquanto a bebida forte, e que agradava o paladar dela, escorria garganta a baixo. Niall forçou os olhos, deixando-os juntos, enquanto fingia estar bravo com , enquanto os outros bebiam e então viram Harry passando a mão na roupa, tentando secar a área molhada.
- Quer leite, Harry? – sacaneou o garoto que levantou o dedo do meio para ela..
- Isso foi com carinho – ele disse – Mas então, Liam, piscina, né?
Todos se levantaram quando Liam ficou em pé e encarou a piscina. Ele tirou o casaco que usava, ficando com uma camiseta branca e caminhou até ela. Alegando dar apoio moral, Gabriella, , e ficaram em volta dele, na beirada da piscina. Louis ia empurrá-lo, mas lembrou-se de algo.
- , faça as honras, por favor.
- Com todo o prazer – ela saiu do lado do garoto – Faça suas preces, Liam!
- A Gabriella falou que você era legal! – ele suplicou. Na hora que ele sentiu as mãos de nas suas costas, ele olhou em sua volta, e seus braços passaram em volta da cintura de .
- Liam! – o grito agudo da menina foi a última coisa que eles ouviram antes dos dois mergulharem na piscina fria do Hilton.
Não teve um que não gargalhou quando os dois afundaram na água. ria, mas estava boquiaberta enquanto via a amiga voltar a superfície da água. Talvez se ela não tivesse empurrado Liam, não estava na água. Mas a cena foi divertida. Na lateral da piscina, estava ele lá, gargalhando. De um jeito inocente, do jeito de ser dele. Nunca imaginou ficar tão próxima assim, mas, ao mesmo tempo, estava tão longe.
- Eu vou ficar doente, Liam! – a voz de gritando, ainda dentro da piscina, fez ela olhar novamente para lá – Como eu vou secar essa roupa pra ir embora?
- Ir embora pra quê? – Zayn perguntou, já com outro cigarro apoiado nos dedos.
- Como pra que, Malik? – respondeu pela amiga.
- Não sei mesmo – ele deu de ombros.
já havia saído da piscina, com Liam atrás dela. O garoto falava com ela, que fingia não ouvir, mas ela virou quando suas mãos tocaram os ombros dela. Os olhos dela foram direto no cabelo molhado do garoto e foi descendo. Rosto, pescoço, camiseta branca. Ah, a camiseta branca molhada estava grudada no corpo dele, fazendo os gomos da barriga, resultado de horas de academia, ficarem salientes. Ela piscou duas vezes e se recusou descer seu olhar, indo direto para os braços do garoto. “Deus abençoe os casacos largos.”
- Eu vou arranjar uma toalha pra você – Liam disse próximo do rosto dela e se assustou com a proximidade – Não quero você doente.
- Tá – ela disse baixinho, mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa ouvir. Ela deu as costas e foi de encontro com , que ainda não tinha sentado de novo ao seu lugar – Eu preciso ir embora daqui.
- Daqui a pouco – sussurrou de volta e as duas sentaram nas cadeiras próximas, que estava sobrando.
- Minha jaqueta de couro – choramingou tirando-a do corpo.
- Pede pro Liam roupas novas, que é o mínimo que ele te deve depois disso – Harry respondeu e segurou na mão de Gabriella – Nós vamos nos retirar, boa noite pra quem fica.
- Eu já vou, Harry – a menina deu um selinho nele e se aproximou das garotas – Quais os planos pra amanhã?
- Amsterdã – respondeu e viu Gabriella negando com a cabeça.
- A gente fica na Antuérpia até na sexta de manhã. Ai meu Deus, e agora? – ela apoiou a unha comprida no vão dos dentes da frente – E a reserva de vocês é só até amanhã, né? – concordou com a cabeça, tremendo de frio – Que horas vocês saem para lá?
- Acho que o trem é 12h30 – parou pra pensar um pouco – É, algo em torno disso.
- Certo, não saiam da Antuérpia antes de eu ligar pra vocês, prometem? – as meninas ficaram quietas – Confiem em mim, não saiam da cidade sem falar comigo.
Elas até tinham passagens e hospedagens a perder, mas não havia motivo para não acreditar em Gabriella. A garota que mais cedo se aproximou delas, e as levou para passar a noite bebendo e rindo com ela e o One Direction, não parecia mentir e querendo tirar uma com a cara delas. Certas coisas são difíceis de acreditar, mas você tinha que dar uma chance para saber se elas dariam certo, então suspirou, afirmando com a cabeça.
- Tá bom, mas não esquece que nosso trem é às 12h30!
- Não vou – Gabriella fez figas com os dedos e os beijou – Obrigada pela noite, eu me diverti tanto!
- Obrigada você, Gabi! – , que estava ensopada, pois Liam ainda não tinha voltado, disse sinceramente e a abraçou, fazendo rir pela menina estar gelada.
Gabriella também abraçou e e foi até Harry, que gritou que tinha sido um prazer “conhecer aquelas loucas”. Elas abanaram a mão para ele e então Liam apareceu, com uma toalha em seus ombros, enquanto uma que estava aberta em suas mãos, ele colocou sob os ombros de .
- Obrigada – ela sorriu sincera e então virou de novo para a roda.
Louis e Zayn conversavam alguma coisa onde prestava atenção. Niall estava interessado em seus dedos tamborilando na cadeira que estava sentado e sem erguer a cabeça, olhava para . Aquele vestido de alças finas e um pouco acima do joelho, com flores vermelhas ficava tão bonito na garota que usava sua franja de lado. Parecia tão delicada com aquelas sapatilhas nos pés. Mas ela, no olhar de Niall, era muita areia pro pequeno caminhãozinho dele. Ah, se ele soubesse...
Liam observava , abraçada às próprias pernas, enrolada na toalha, tremendo de frio. Era engraçado a conexão que ele sentiu ao conversar com a menina. Mas quais eram as chances deles terem um momento como esse novamente? Se encontraram em Paris, e tiveram um bom momento naquela noite, mas não tinha como eles sentarem e conversarem de novo, maldita agenda apertada.
Já era tarde, e as meninas decidiram se despedir deles. Liam não cansava de pedir desculpas a , que dizia que estava tudo bem, no final das contas, foi engraçado. Ele desceu junto com elas, e Zayn, Niall e Louis até o andar deles e abraçou as três meninas, indo direto para o quarto tomar banho.
- Se você ficar doente me avisa que eu corto fora aquilo que o Liam diz que tem – Louis falou, já perto da saída da porta principal, olhando para .
- Não se preocupa, Louis. Nada que um banho quente e uma cama aconchegante não me deixem renovada.
- Assim espero – ele abraçou a garota bem forte, que retribuiu – Foi tão bom conhecer vocês.
- O táxi delas chegou! – o segurança do hotel disse.
- Então isso é um tchau? – abraçou Niall, que retribuiu com força, como se não quisesse soltar a menina nunca mais.
- Prefiro um até logo – ele respondeu e deu um beijo muito próximo do canto dos lábios dela, fazendo-a travar.
- Me aceita no twitter – Zayn piscou para que concordou com a cabeça.
- Assim que eu fizer meu celular sobreviver – ela gargalhou, referindo-se a bateria do aparelho, que tinha acabado – Não se preocupa, Zayn.
Eles se abraçaram, e então as três deram as costas para os meninos, que ficou observando elas entrarem no táxi, com o olhar das fãs que dormiriam na porta do hotel, em cima delas. Deus abençoe o vidro fumê do prédio, que não permitiu enxergar os garotos lá dentro.
- Não existe outro lugar no mundo como a Bélgica – disse assim que o táxi ganhou velocidade, vendo o Hilton ficar pequeno, com a distância.
- We can love Belgium more than this – mudou as palavras da música e apoiou a cabeça no banco sentindo-se pela primeira vez naquele dia, realmente cansada.
- O Niall deu um beijo no canto da minha boca – falou por fim, com a testa no vidro do carro.
- Repete? – e falaram em um tom de voz elevado e até o hostel, foi a única coisa que elas comentavam.
*****
tomou um banho bastante quente, assim que chegou no hostel, por causa do cloro que havia na piscina do hotel. Como havia combinado de que a cama dela era a de cima do beliche, depois de secar os cabelos, ela ficou um tempo sentada lá, com as pernas cruzadas e olhos fechados, repassando tudo o que havia acontecido, enquanto e usavam o banheiro para sua higiene pessoal antes de dormir.
Liam Payne a segurou pela cintura. Liam Payne foi empurrado na piscina e a carregou junto. Liam Payne ficou preocupado com ela ficar doente por causa da água molhada no frio, e se preocupou em procurar uma toalha para ela se secar. E Liam Payne deixou aquele tanquinho ficar saliente na camiseta branca e molhada.
- Oi? – ela abriu os olhos rapidamente quando percebeu que as amigas a chamavam.
- Sonhando acordada com o Liam? – perguntou e sentou no tapete do quarto, já que sua cama era a de baixo de , enquanto sentou na sua cama, no outro beliche.
- Se essa noite tiver sido um sonho, por favor, não me acordem.
- Ninguém quer ser acordada, – sorriu do outro lado do quarto para ela – E não vai ser preciso, porque isso aconteceu.
- O Niall quase te beijou – virou para a amiga que sentiu o peso de seu corpo cair no colchão.
- Por que eu? Por que não você ou a ? Ou sei lá, não tivesse sido o Louis que tivesse dado um projeto de beijo na bochecha da lá no saguão? – ela afundou o rosto em suas duas mãos – É inacreditável. Quem sou eu? , uma menina da Irlanda, estudante de mestrado, que é insegura, tem defeitos, tem problema em aceitar a imagem que ela vê no espelho – então ela finalmente deixou as lágrimas que estavam acumuladas há algumas horas, despejarem em suas bochechas – Alguém que é louca por ele? Que vê nele um futuro, uma felicidade, um... Eu não sei se eu mereço isso.
- , , ! – desceu de seu beliche e foi de encontro a amiga que já chorava descontroladamente e a abraçou, fazendo-a apoiar a cabeça em seu ombro – Que isso? Cadê a que eu conheço? Divertida, segura de si, e que é linda.
- Fachada! – ela murmurou e passou as mãos no cabelo da amiga, enquanto ela se acalmava.
- Eu vou ser direta – olhava as amigas – E isso vai te doer, mas aceita. Niall Horan se interessou por você! Só e somente você! Por quê? Por tudo isso que você acabou de falar. Uma irlandesa, que faz mestrado, tem defeitos e é bastante insegura.
- Mas...
- E hoje você mostrou pra ele que cantar em uma boyband aclamada por milhões de adolescentes pelo mundo inteiro, pra você, não é nada. Que tudo o que vocês conversaram, nós três na verdade, com aqueles meninos, ó... Pó! Nós entramos como três fãs pra eles e saímos de lá com outra imagem.
- Coloco minha mão no fogo pelo que você tá falando, ! – sorriu para ela e então se afastou – Tá mais calma? Aceitou?
- Quem sabe um dia – ela sorriu – Vamos dormir!
Depois de uma noite praticamente em claro no interior da França, e um dia agitado como o anterior, aquele hostel na Provinciestraat, rua da cidade belga, parecia um hotel cinco estrelas. Melhor que um hotel cinco estrelas, parecia a própria casa de , e . Com o pedido de Gabriella de não deixarem o país sem antes falar com ela, assim que elas chegaram do Hilton, naquela madrugada, fizeram questão de desligar o despertador do celular.
foi a primeira que acordou no dia seguinte, já na hora do almoço, sentindo o corpo novo e pronta pra outro dia intenso. Era só o quinto dia de viagem, e ela já sentia tanto o cansaço, pela maratona exaustiva, quanto o emocional completamente abalados. pegou o celular, próximo a parede, pois passou a noite carregando, e viu algumas notificações. Ela coçou os olhos tentando se acostumar com a claridade e então deslizou o dedo pela tela do aparelho.
@ZaynMalik: Chegaram todas bem?
Ela piscou os olhos algumas vezes repetidamente, como se aquilo fosse fazer a imagem em seu telefone mudar, mas não, era um tweet de Zayn, perguntando se elas haviam chegado bem ao hostel, após sair do hotel. Sua mente rodou pelo quarto pensando o que fazer e se lembrou das palavras para , na noite anterior “Nós entramos como três fãs pra eles e saímos de lá com outra imagem”. Não era o momento para ser fangirl e felizmente, seu twitter era bloqueado.
@LucciYared: @ZaynMalik Sãs e salvas! Obrigada pelas risadas.
Ela olhou para o tweet. Simples, mas pontual. Sentiu-se orgulhosa de não ser mais uma das que surtam e saem digitando coisas sem nexo quando um ídolo lhe responde na rede social, afinal, foi ele quem a procurou. Lembrou-se das outras notificações e foi vê-las.
“Esqueceu que tem família? Filha, nos mande mensagem, para pelo menos sabermos que você está bem. Papai, xx.”
Ela sorriu, “Papai, eu estou ótima! A Bélgica é um lugar incrível. Amanhã vamos para a Holanda, amo vocês!”, digitou rapidamente em seu celular e então enviou a mensagem, indo logo em seguida para outra, vindo de um número desconhecido.
“O dia está lindo. Vamos fazer turismo pela cidade? Nosso primeiro lugar é a Antwerpen-Centraal Station, me encontrem lá às 14h. Gabi, xx”
Hm, tirar um tempo de toda aquela loucura para conhecer mais da cidade não era uma má ideia. Rapidamente ela estava em pé e cutucando e , sem um pingo de delicadeza para que elas acordassem e arrumassem suas malas. Não tinham local para ficar por mais uma noite na cidade, mas nada que mais uma noite passada em claro na estação ferroviária não resolvessem os problemas.
- Eu sinto como se a gente tivesse abusando da Gabriella. Ela veio, desabafou com a gente, falou das angústias dela, e a gente rapidinho sai correndo atrás dela, só porque ficamos perto dos meninos? – confidenciou às amigas, já na recepção do hostel – Não me sinto bem, principalmente porque eu não tenho como retribuir essa aproximação com os meninos, pra ela.
- Ela só quer uma amiga, ! – estava com um braço apoiado na mala, já pronta para sair do hostel – No caso, três. É isso que a gente pode dar pra ela.
- Uma amizade dura pra sempre, – piscou pra ela – Pensa nisso e deixa de besteira. Vamos! Qual o problema da gente tirar um dia de turismo?
- Tá bom! – bufou e sentiu as amigas abraçando-a – Por que eu sou amiga de vocês mesmo, hein?
Elas saíram do hostel e puxaram suas malas até uma avenida próxima, de onde pegaram o trem para a estação central. Aquela quinta feira realmente estava maravilhosa, digna para passarem o dia ao ar livre conhecendo aquela cidade. Gabriella estava sentada na entrada da estação, usando óculos escuros e tomando um sorvete, enquanto observava algumas adolescentes, usando mochilas com bottons do One Direction entrando lá. Talvez estivessem ido a cidade exclusivamente para o show anterior e estavam voltando para suas casas, em cidades próximas. Ela também estava sozinha, sem nenhum segurança, e foi até o local de transporte público. Ah, seu namorado até que tinha certa razão em querer esconder o relacionamento deles. Se fosse o contrário provavelmente ela não poderia observar a vista pela janela do hotel.
Então ela viu as três novas amigas, que felizmente tinham dado atenção a ela, virando a esquina. e pareciam morrer, e além de suas bolsas, que não eram pequenas, apoiadas em seus ombros, puxavam cada uma duas malas extremamente grande. “Elas falaram que viajariam a Europa inteira atrás dos meninos”, e então deu de ombros. Ela estava tendo momentos de rainha ao lado do namorado, e não estava passando pelos problemas que as meninas estavam tendo, mas ela também estava andando para lá e para cá com duas malas grandes. quando a viu, foi pulando animada na direção dela, já a cumprimentando.
- Também quero! – ela apontou para o sorvete da garota. Definitivamente, era a menina que puxava o bonde da comida.
- Quer ajudar a gente, isso sim! – finalmente se aproximou delas – Oi, Gabriella!
- Falei pra não trazer todas essas malas – deu de ombros, enquanto Gabi respondia o “Oi”.
- Eu só quero saber onde a gente vai deixar tudo isso – se aproximou do grupo e balançou os braços, para relaxarem do peso que estavam puxando – Não dá pra passear com tudo isso.
- Isso a gente da um jeito! – Gabriella acabou seu sorvete e levantou – Então, como passaram a noite passada?
Então elas entraram na estação conversando, enquanto tiravam diversas fotos no local, que foi construído em 1905 e além de ter ouro maciço nos mínimos detalhes, ela possuía mármore para todos os lados. Era um lugar que qualquer um deveria conhecer, mesmo que não fosse viajar de trem. De lá, Gabriella insistiu para que dessem uma passada rápida no Hilton, onde um dos seguranças colocou as malas delas para dentro, ainda que sob reclamações e então elas sentiram-se livre para andar sem preocupações.
Depois de caminharam embaixo do Rio Shelde, no túnel St. Anna, localizado na zona portuária da cidade, um trecho de aproximadamente 500m, elas visitaram algumas catedrais góticas e museus, até chegarem à Diamondland. Elas nunca tinham visto tantos diamantes reunidos em um só lugar e já que estavam na região, aproveitaram para conhecer o Museu do Diamante.
- Tristeza nessa vida! – falou saindo do museu – Cadê meu namorado pra me dar um desses?
- Você tem namorado, ? – Gabriella perguntou. Ingênua.
- Ih, Gabi – comentou, saindo seguida das duas – Mais fácil ela comprar um diamante, do que esperar aparecer um namorado na vida dela, pra ganhar um.
- Vai dar uma passadinha no inferno depois você volta aqui, – a menina levantou o dedo pra amiga que mandava beijos.
- Tirando o Harry, os meninos tão solteiríssimos, viu?
- A é chata pra caramba, por isso ela não tem namorado! – entrou no assunto – Metódica demais, neurótica demais.
- Eu só não pego qualquer um que resolve me dar bola – ela fechou a cara, fingindo estar magoada – Eu sou difícil mesmo.
- Acho que já visitamos os principais locais da cidade, e minha barriga está roncando – colocou a mão no próprio ventre, enquanto via o sol se pondo – Minha lombriga está com fome, tenho que alimentá-la.
- Vamos pro Terrace? – Gabriella também sentiu seu corpo pedindo alimento – A gente come alguma coisa lá e depois se arruma pra alguma balada, topam?
- Erm, nós só precisamos de um lugar pra tomar banho.
- ! – Gabi olhou pra ela brava – Eu que deixei vocês sem um teto por hoje, sou eu quem vai resolver esse problema. Vamos pro hotel!
*****
Na região portuária da cidade, estava localizada uma das mais conceituadas e famosas casas noturnas da Bélgica. Com dois andares e acesso ao terraço com vista, a Noxx era visada pela alta classe belga e também por pessoas famosas que visitariam a cidade.
Tanto a música alta quanto as bebidas já rolavam no Sky Box, lugar privilegiado na balada, apenas para quem havia feito reserva na Noxx VIP Experience. Vestindo um short de paetês, com uma camisa preta transparente, e um peep-toe nude para contrastar, pegou um drink colorido e juntou-se a , Gabriella e Liam, em um sofá espaçoso, que não se cansavam de falar da beleza e dos encantos da Bélgica.
estava perdida na pista de dança. Era a forma que a garota encontrava para extravasar, para liberar adrenalina. Usando um vestido de manga comprido, mas cujo comprimento vinha até o meio da coxa, aquela visão chamou a atenção de um par de olhos. Com uma cerveja na mão, Zayn estava apoiado no mezanino olhando o andar inferior quando ele a encontrou. De olhos fechados, como se estivesse sentindo a música percorrer em suas veias, balançava o corpo e levantava seus braços. Ela não beberia naquela noite e se divertiria a sua maneira.
- Drinking Game! – Harry tirou um dado do bolso, seguido de uma folha de papel dobrada, já rasgando em alguns pontos – Não tenho pinos, mas espero que todo mundo lembre suas casas. Hey! – ele virou para a mesa ao lado – Querem jogar?
- Quer embebedar a gente, Styles? – chegou com seu copo, enquanto Gabriella, e Liam também se aproximavam.
- Um pouco sempre é necessário – ele piscou para a menina – Zayn, topa?
- Hoje não – ele respondeu e logo voltou a fixar seus olhos na pista de dança, que havia perdido o que estava vendo anteriormente.
Zayn fechou os olhos e abriu de novo. não estava mais onde anteriormente ela dançava. A contragosto de um dos dois seguranças que os acompanhavam no local, ele desceu as escadas para o andar inferior em certa velocidade e logo entrou no meio do povo que dançava. Algumas mulheres até o reconheciam, mas felizmente a dosagem de álcool no sangue já era elevada o suficiente para saberem ao certo quem ele era. Sua cabeça girava constantemente para os lados a procura daquela menina de cabelos escuros.
- Procurando algo, Malik? – apareceu na frente dele, já com os cabelos presos em um coque alto, deixando a nuca à mostra, e com uma garrafa d’água em uma das mãos.
- Talvez – ele deu um meio sorriso de lado e seus olhos desceram discretamente, até as coxas dela – Se divertindo?
- Tem como ficar melhor – ela passou a mão livre pelo queixo e deu uma olhada para o cara alto, e de cabeça raspada na máquina um ao seu lado. O homem retribuiu o olhar e ela desviou, virando para Zayn de novo, que sentia seu sangue ferver – Mas a balada é ótima, obrigada pelo convite.
- Todos os meninos concordaram em chamar vocês. Sabe como é, a companhia é ótima, e tem gente interessado também.
- Ah é? – se aproximou do ouvido dele, que enrijeceu com a proximidade, quase não sentindo sua própria respiração – Achei que você tivesse feito questão.
Ela piscou para ele e foi em direção a um corredor escuro, que dava acesso a outra sala da casa noturna, enquanto o garoto que estava com a respiração descompassada, tentava se situar e voltar a ter o controle do próprio corpo.
Gabi e Harry haviam desistido do Drinking Game quando suas cabeças começaram a girar e a menina caiu sentada no colo do próprio namorado. O casal foi para a área mais escura onde namoravam e se amassam na parede do local, sem pudor e sem vergonha alguma.
- Quatro! – falou, já com dificuldade de enxergar os pontos pretos no dado – É aqui – ela colocou o dedo então leu – Escolha um jogador para beber duas vezes – ela olhava de lado – Amor da minha vidinha – e pegou no braço de , que estava ao seu lado – É tequila, você não vai se importar.
Eles haviam pegado uma garrafa de tequila e outra de Big Apple, para o jogo, e as duas já haviam passado da metade.
- Uma de cada um – ela sorriu e roubou o copo de Louis, que estava ao seu lado – Tequila! – ela deu um beijo no copo e virou garganta a baixo. Era como se tomasse água – E maçã verde – ela bebeu novamente – Ai meu Deus, esse jogo é tão legal! – e então pegou o dado e o derrubou na mesa, que quicou e parou no colo de Niall – Quanto, Horan?
- Um, .
- Só um? – a menina gritou – Droga. Veremos, erm... Jogadores... Pulso... Relógio... É pra quem estar de relógio beber.
- Meu Deus, ela tá muito bêbada – sussurrou para Liam e Niall, que estavam próximos a ela.
- Quem não está? – Liam retrucou, com os olhos já praticamente fechados, de tanto álcool que rolava nas veias – Eu, você e o Louis temos que beber, !
- Sou praticamente a dona Flor, com meus dois maridos – ela gargalhou e virou mais uma dose de tequila. Já devia ser além da oitava dose, e caiu com a cabeça na mesa, em cima do tabuleiro – Diz pra minha mãe que eu a amo!
- , não desmaia por tudo que é mais sagrado no mundo – a levantou de novo, e tinha um sorriso frouxo nos lábios.
- Ai meu Deus, vem dançar! – se recuperou rapidamente e levantou quando Gangnam Style começou a tocar – ela (achava que) dançava a música assim como o coreano, e os meninos, junto de , riam dela – Oppan gangnam style! – ela gritou e voltou a dançar – Rodeião, vamos laçar a pessoa – ela fazia igual ao videoclipe.
- O que a gente faz com ela? – Louis sussurrou para .
- Entra na dança junto – ela levantou e correu até a amiga. Niall seguiu-a com o olhar. A cada ação, o surpreendia cada dia mais.
Zayn seguiu pelo corredor escuro e a encurralou na parede. Ele estava suando frio. Aquela garota não podia simplesmente provocá-lo com uma roupa curta e sair assim, sem mais nem menos. Com as mãos na parede, uma de cada lado do rosto de , o garoto olhava para ela fixadamente.
- Não fica bem para um popstar como você, encurralar uma garota na parede em uma balada tão cheia, Malik.
Ele tirou o peso de uma das mãos, retirando-a da parede, e desviou o olhar.
- Não me provoca, .
- Eita, falou meu nome – ela rolou os olhos e deu uma risada – Espero que você não esteja bravo comigo.
- Ai, meu Deus, é o Zayn! – ele ouviu duas garotas falarem, próxima a eles, e se afastou por completo da menina.
- Isso não se faz! – ele negou com a cabeça e se virou para dar atenção às duas fãs.
*****
A cama era macia, muito melhor do que elas andavam dormindo pela Europa. O travesseiro parecia uma nuvem de tão fofo que era. E o lençol... Ah, o lençol parecia ter sido feito de algodão puro por anjos. Uma luz invadiu o sono de , que com dificuldade abriu os olhos. Já acostumada com a claridade, ela girou seu corpo e encontrou dormindo ao seu lado, enquanto estava ao lado de . Havia flores no quarto, a janela era desenhada, com uma bela cortina fechando-a. Ela sentou e coçou os olhos. Mas aquele não era o New International Youth Hotel.
- – ela balançou a amiga ao lado e sentiu o cheiro de álcool puro sair de sua boca – – ela chamou a amiga e as duas murmuravam reclamações enquanto acordavam.
- Que foi, ? – foi a primeira a dizer alguma coisa.
- Onde nós estamos? – perguntou curiosa e um tanto assustada, fazendo levantar da cama e rapidamente analisar o local.
As três usavam a mesma roupa da noite anterior, e tinham o rosto completamente borrado por causa da maquiagem.
- Que merda a gente aprontou dessa vez?
Continue...
Nota da autora: Acho que a nota da autora, nessa nova versão de Eurotour, acaba sendo um pouco irrelevante, quando eu estou escrevendo pequenas introduções no começo de cada capítulo. Espero que gostem tanto quanto eu, e não deixem de interagir comigo nas redes sociais. Nos vemos na Holanda. ♥ (Nota escrita em 02 de Julho de 2023).