To Build a Home

Fernanda Gonçalves

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Sinopse: Sirius Black nunca pensou que viveria à altura das expectativas de se tornar um homem casado com uma família para cuidar, mas a Primeira Guerra Bruxa o fez pagar caro por isso. Agora, 19 anos depois, pai solteiro de gêmeas e voltando a uma vida normal após a morte de Voldemort, ele percebeu que ainda não havia superado seu passado. Blackinnon AU.

Capítulo 1

Através dos anos, Sirius Black havia se acostumado com o som de portas batendo, discussões sussurradas e batidas de pés ao subir as escadas, mas daquela vez ele estava realmente preocupado com a comoção que estava acontecendo no andar de cima de sua casa.
Ser pai de gêmeas não era algo que ele esperava ser, muito menos pai solteiro, mas ele havia assumido o papel muito bem. Lyra e Alya tinham as mesmas feições, mas suas semelhanças acabavam por aí. Enquanto uma era morena, a outra era loira. Uma parecia bem calma até ser colocada sob pressão. A outra era como uma tempestade ambulante, mas tinha a tendência a permanecer calma quando era preciso.
Enquanto Alya era vista como a “malvada”, quem conhecia as garotas sabiam que Lyra era realmente a mais malvada. Obviamente, muitas discussões e brigas haviam começado entre as duas, mas nenhuma parecia durar por muito tempo ou ser feia. As garotas haviam se tornado não só gêmeas, mas melhores amigas.
Tendo isso em mente, Sirius estava completamente confuso com todo o silêncio que fazia em sua casa naquela manhã de sábado. Não era cedo (quando foi que ele havia acordado antes das 10 da manhã aos finais de semana?), mas a falta de vozes o deixava perplexo. Normalmente, naquele horário, Lyra e Alya já estariam acordadas, correndo enquanto subiam e desciam as escadas, falhando em manter suas vozes num sussurro. Entretanto, naquele dia, a casa na qual eles viviam pelos últimos 17 anos – e que tinha visto muitos gritos – estava imersa no mais completo silêncio.
O primeiro pensamento que se passou por sua cabeça foi que algo tinha acontecido com elas. Os terrores da Guerra ainda atormentavam sua mente e seu coração não perdeu tempo em gelar, o petrificando. Momentos depois, ele se lembrou de que tudo havia acabado. Voldemort estava morto há meses. Seus seguidores que haviam conseguido fugir tinham Aurores colados, em busca, Sirius tinha certeza disso. Suspirando aliviado, ele subiu as escadas com passos leves ecoando pelo chão de madeira.
O que ele não esperava, no entanto, era a visão com a qual foi agraciado do lado de fora da porta de Lyra. Ela estava lá, o cabelo despenteado, o rosto marcado pelos travesseiros e a camiseta comprida que usava como pijama estava um pouco fora do lugar. Ela estava dormindo, tudo bem, e deveria ser o suficiente para acalmar o coração de Sirius, pelo menos um pouco, mas não acalmou. E não era porque ela parecia uma bagunça em comparação com todas as outras manhãs, mas porque havia alguém atrás dela, a cabeça voltada para o interior do quarto enquanto as mãos corriam pelo cabelo bagunçado.
- Tem certeza? - O rapaz perguntou, seus olhos ainda desviados para o interior do quarto, de costas para Sirius, completamente inconsciente de que ele estava ali.
- Com certeza. - Respondeu Lyra. Ela estava olhando para o menino, um pequeno sorriso nos lábios, suas feições despreocupadas. Se havia algo que Sirius não podia negar, era o quanto ela parecia feliz. Pela primeira vez em muito tempo, ele podia ver sua filha agindo de acordo com sua idade. Certamente, porém, ele não gostou do fato de haver um menino saindo de seu quarto. - Ele não deve estar acordado por mais uma hora ou mais. Você tem muito tempo.
- Eu não gosto nem um pouco disso, Lya. - O menino moreno disse mais uma vez, seus pés finalmente levando-o para o corredor. Seus olhos cor de uísque mostravam algum tipo de remorso e preocupação, como se ele tivesse feito isso muitas vezes. - Da próxima vez, vamos voltar para minha casa. Meu pai não mataria você.
Sirius ouviu uma risada abafada vinda de Lyra e ele pode imaginá-la revirando os olhos. Ela estava prestes a se virar e vê-lo parado ali, mas algo a impediu. Melhor ainda, alguém.
- Você sabe que eu te amo, mas isso está ficando um pouco ridículo. - Disse o garoto mais uma vez, uma das mãos fechando-se no pulso da garota e puxando-a para si. - Nós temos 18 anos e nos conhecemos desde sempre. Você realmente acha que seu pai ficaria tão bravo com a gente?
Sirius soltou um suspiro, dando passos silenciosos para trás até alcançar a escada novamente, e voltou para a sala, seus pensamentos o consumindo mais uma vez.
Houve um tempo em que ele entraria no meio daquela conversa e colocaria Lyra a 50 metros de John. Seus braços estariam por toda parte, sua voz ecoaria pelas paredes e do mesmo caminho que ele havia feito, uma cabeça loira apareceria, gritando com ele por ser tão dramático e não ter nenhum senso de privacidade. Nesse cenário, ele estaria enlouquecendo com o fato de que sua filhinha - tivesse ela 8 ou 18 anos - tinha feito seu namorado de longa data dormir lá.
Não era como se ele não soubesse sobre eles, porque ele sabia. Ele se lembrava vividamente da vez em que Lyra e Alya disseram qualquer coisa sobre sair e ter namorados, ele apenas optou por negligenciar isso.
Sirius havia afastado a sensação que teve quando ouviu que suas filhas estavam “saindo” com rapazes. Ele sabia que isso iria acontecer algum dia, mas não queria acreditar que já estivesse acontecendo. Elas não eram mais crianças, mesmo que ele gostasse de acreditar que sim, mas ainda assim causava uma espécie de raiva dentro dele saber que um cara poderia simplesmente chegar perto de suas filhas e acabar roubando-as dele. Não ajudava que um deles fosse filho de um de seus melhores amigos.
Ele sempre soube que John e Lyra eram próximos, sempre saindo e dando apoio um para o outro. Ainda mais depois que eles entraram em Hogwarts, cada um deles sendo colocado em Casas diferentes. Era como se eles estivessem compensando isso, como se o tempo que passaram juntos fora da escola não fosse suficiente. Sirius nunca questionou isso, no entanto. Os anos foram difíceis para eles, com as meninas nunca conhecendo a mãe e John perdendo a dele com apenas 13 anos.
Seu pensamento se perdeu assim que ouviu passos entrando na sala, ele sentado diretamente na base da escada, captando os olhos arregalados de Lyra e o olhar apavorado de John.
- P-pai! - A garota disse. - Oi. O que você está fazendo acordado tão cedo?
Sirius olhou dela para o relógio na parede, então de volta para ela, uma sobrancelha levantada.
- Cedo? - Ele questionou, seu tom sombrio. - Você pode ter perdido a noção do tempo, querida. - Ele continuou, seus olhos nunca deixando os dela ou os de John, que ainda estava se contorcendo atrás dela. - Bom dia, John.
O garoto não fez nada além de apenas acenar com a cabeça na direção de Sirius, seus olhos examinando o chão como se isso precisasse de sua atenção total. Se fosse possível, eles seriam capazes de ouvir o coração do menino martelando contra seu peito e as gotas de suor se formando em sua testa. John Lupin estava perto de ter um ataque cardíaco e mal sabia ele que Sirius sentia o mesmo.
O silêncio na sala era palpável, tornando a tensão cada vez maior entre eles. Sirius Black continuou olhando para sua filha e para o filho de seu melhor amigo, ambos de mãos dadas e cabeça baixa. John não queria nada além de ser engolido pelo chão enquanto Lyra continuava forçando seu cérebro a inventar uma mentira plausível que faria seu pai acreditar em tudo o que ela dissesse. Não era fácil, ela percebeu depois de alguns segundos. Ela foi pega em flagrante e não havia como escapar disso.
- Ajuda se eu disser que isso não é o que você pensa que é? - Ela perguntou timidamente, seus olhos semicerrados.
- E o que você acha que eu penso que é? - Sirius perguntou de volta, seus braços cruzados sobre o peito. Foi uma ação simples, quase distraída para ele, mas algo que deixou John ansioso. Ele sabia que o homem que ele chamava de 'tio' não estava ali, e um pai muito zangado, chefe do Departamento de Aurores, estava na frente dele.
- Que eu posso, ou não, ter feito algo realmente estúpido. - A garota de cabelo preto disse de volta, seus ombros caindo e balançando a cabeça. - O que eu não fiz, posso acrescentar. - Ela completou apressadamente.
Sirius queria rir e balançar a cabeça. Ele havia perdido a conta de quantas vezes foi pego na mesma situação que os dois à sua frente. Ele se lembra de ter recebido inúmeros sermões de uma muito preocupada Sra. Potter, dizendo como ela gostaria que ele pudesse ser um pouco menos imprudente enquanto tentava colocar um pouco de juízo em Marlene também, já que ela sempre estava envolvida nesse tipo de problema.
Ele se lembrava de uma época em que havia se esgueirado para a casa dela tantas vezes que acabou sendo pego, acabando por ficar de castigo e não ter permissão para sair de casa por pelo menos um mês. Lembrou-se também de como não deu certo e de Marlene aparecer em sua janela, pairando sobre uma vassoura, o vento soprando em seus cabelos loiros, no rosto um sorriso malicioso ao vê-lo fechado em seu próprio quarto. Mas Sirius também sabia que tinha que ser severo. Ele não queria que isso acontecesse sob sua supervisão com nenhuma de suas filhas. Ele não podia fazer nada que desse a outra pessoa uma pequena chance de conquistá-las.
- Eu já te contei a história da vez que fiquei de castigo por dormir com sua mãe? - Ele perguntou depois de alguns momentos de silêncio, um profundo suspiro saindo dele.
Lyra piscou algumas vezes, sem saber ao certo o que estava acontecendo no momento.
- O que isso tem a ver com alguma coisa? - Ela perguntou dando um passo mais perto de John. Naquela hora, ela pensou seriamente que seu pai havia enlouquecido.
- Bem, se você apenas esperar... - Sirius disse enquanto respirava fundo, tentando reunir seus pensamentos e organizá-los antes de contar a história. - Quando estávamos na escola, sua mãe morava com os pais dela na Escócia. - Ele começou com um sorriso. - Nós nos acostumamos a ter um ao outro por perto, então era meio estranho dormir sozinho e passar tanto tempo sozinho. Obviamente, eu pensei que era uma boa ideia escapar e visitar. Todas as noites durante o verão.
Lyra piscou algumas vezes, absorta na história sobre o passado de seu pai. O passado em que sua mãe ainda estava viva e seu pai provavelmente não tinha a expressão triste que sempre parecia ter. Ela queria saber aonde essa história estava levando.
- Finalmente, fui pego, sem surpresa, e fui condenado a passar o mês inteiro dentro de casa, sem permissão para fazer nada além do que me era pedido. Não era por pura rigidez dos Potter, mas porque vivíamos sob o medo constante de uma guerra em andamento. Não ajudava que nenhum de nós se preocupasse com isso. O que importava era viver como se não houvesse amanhã. - Sirius suspirou. - Então, obviamente, sua mãe pensou que não haveria mal algum em simplesmente aparecer do lado de fora da minha janela uma tarde, rindo da minha cara e oferecendo alguma companhia. Uma coisa leva a outra e a próxima coisa que vimos, foi a Sra. Potter entrando no quarto.
- Ah, uau, pai. Você era tão rebelde. - A garota afirmou e Sirius revirou os olhos.
- Não é o ponto. - Disse ele acenando com as mãos. - A questão é... eu sei como é ser jovem e querer viver sua vida, mas enquanto você viver comigo, você vai ter que seguir minhas regras. Não peço por muito, filha, e não vou gritar com vocês dois ou dar um soco na cara do John, mesmo que eu queira muito. - Completou com um olhar assassino para o garoto. - Mas eu sei que te proibir ou te colocar de castigo não vai surtir efeito. Apenas, por favor, se você puder me poupar, faça isso. Espere por um dia que não estou por perto, ou quando tiver que trabalhar a noite toda, ok?
Lyra ficou olhando para o pai por alguns segundos. Nunca, em um bilhão de anos, ela teria pensado que ele seria tão calmo e compreensivo assim. Ela o imaginou marchando até eles, jogando John contra a parede e gritando pelo garoto ter corrompido sua garotinha - quando claramente era o contrário - e então Aparatando para a casa dele, apenas para dar um soco no rosto do tio Remus só porque ele era parente do menino. Esse seria o tipo de reação digna de um Sirius Black muito bravo e muito dramático. Dizer que ela estava mais do que surpresa era o eufemismo do ano. O fato de ele ter saído da sala logo depois disso, sem dizer mais nada, contribuiu ainda mais.

Às vezes, Alya queria dar um soco na cara da irmã. Mas não apenas um golpe leve ou um jogo entre irmãos. Ah não. Ela queria acertar Lyra bem no nariz e depois sacudir seus ombros violentamente, tentando colocar (literalmente) algum juízo em sua irmã gêmea. Como ela conseguira estragar as coisas tão facilmente?
- Ok... Como diabos o papai descobriu? - Ela perguntou mais uma vez, perdendo a paciência porque Lyra ainda não havia respondido.
- Eu dormi demais, ok? - Ela disse com um suspiro. - Eu sei que é uma desculpa esfarrapada e tudo, mas honestamente, Aly, eu estava realmente sem dormir depois de todos aqueles meses correndo pela minha vida. Nem fizemos nada. Nós apenas dormimos, literalmente. Perdi a noção do tempo e não percebi que papai já estaria acordado. - Explicou ela. - Diga-me, Alya, como eu deveria saber?
Alya pensou em como responder a essa pergunta e a verdade é que ela não sabia. Ela não podia negar que a Guerra havia afetado todos eles, correndo para salvar suas vidas enquanto se preocupavam com todos com quem se importavam. Não foi um ano fácil para ninguém. Ela, às vezes, acordava no meio da noite suando frio, tendo sonhos vívidos sobre seus dias como fugitiva de Guerra voltando para ela, a ameaça dos Sequestradores à espreita em cada esquina, bem como o medo de não viver para ver outro dia.
Sendo assim, ela não podia realmente culpar sua irmã por ter dormido demais no conforto de seu quarto, sem ter medo de morrer naquela noite, com o homem que ela amava bem ao seu lado. Seria muito insensível.
- Ok. - Alya suspirou. - Aconteceu e ele não surtou tanto. Podemos lidar com isso. Não é como se você fosse ter uma noite selvagem com John para o papai ouvir. - Ela deu de ombros. - Certo?
- Merlin, Aly, claro que não. Quem você acha que eu sou? - Lyra disparou completamente surpresa. Ela nunca faria algo assim com ninguém. Nunca.
- Só checando. - Disse sua irmã gêmea, com as mãos levantadas em sinal de rendição. - Mas você não me dedurou, certo?
Lyra lutou contra a vontade de revirar os olhos. Em menos de um minuto, Alya havia a acusado de fazer algo que ela nunca seria capaz de fazer por duas vezes. Se não fossem irmãs, ela provavelmente já a teria amaldiçoado.
- O que você faz ou não faz no seu tempo livre não é da minha conta. - Ela começou, batendo os dedos na mesa de madeira da sala de jantar. - Então, contanto que você não mate alguém, eu não vou mencionar uma palavra sobre você Malfoy, ok?
- Pelas calças de Merlin, Lyra. - A loira riu. - Alguém mijou no seu cereal hoje? Alguém não está fazendo seu trabalho direito na cama?
- Sim, claro, porque esse é o meu problema e não você sendo tão desagradável hoje.
Alya soltou uma risada ofegante e balançou a cabeça. O mau humor de sua irmã realmente não era algo para se mexer, mas ela não conseguia se conter.
- Ainda não entendo. - Disse ela, sentada em frente a Lyra, sem rir.
- O que?
- Você poderia ter qualquer cara, literalmente qualquer cara, em Hogwarts ou em qualquer lugar e você escolheu o orgulho da Corvinal. Por que?
Lyra olhou para frente, seus olhos perdendo o foco enquanto pensava em como responder. Sim, Alya já teve relacionamentos antes, mas ela nunca admitiu, ou nunca permitiu, que fossem mais do que encontros casuais. Algo para dissipar a tensão, ela havia dito. Nunca foi algo significativo, nunca durou mais do que alguns meses. Era óbvio que ela não entenderia o que Lyra sentia.
- Eu não sei. - Ela começou, um sorriso brincando nos cantos de seus lábios. – É só... tudo parece melhor quando estamos juntos. Sinto meu coração disparar quando ele está por perto, meu estômago revira, minhas mãos ficam suadas e, de repente, nada mais importa. Eu simplesmente o amo, Aly. Muito.
Um silêncio prolongado caiu sobre elas. Lyra estava muito perdida em suas memórias e em seus sentimentos pelo menino Lupin enquanto Alya tentava entender tudo. Ela nunca tivera isso, sendo uma pessoa muito difícil para qualquer um durar. Ela sabia disso, mas não se importava. Não estava procurando por romance. Não era o tipo de pessoa que queria crescer, conhecer alguém, se apaixonar, se casar, ter filhos e envelhecer ao lado do amante. Era um conceito que ela nunca entendera, ao contrário de Lyra, mas não podia negar que era válido. Alya sabia que sua irmã havia se tornado uma pessoa muito melhor depois que ela e John finalmente admitiram seus sentimentos um pelo outro, como ela parecia feliz do nada e como Alya queria vomitar com a menor demonstração de afeto.
Então um pensamento a atingiu em cheio e as palavras de sua irmã ecoaram em sua mente.
- Ah meu Merlin, não acredito que nunca pensamos nisso. - Disse ela em voz alta, assustando Lyra.
- O que foi?
- Você não entendeu? - Alya exibiu um sorriso perverso. - Você disse que quando está com John nada mais importa, certo? - Lyra apenas assentiu. - E eu vejo como você fica perdida no mundo e toda essa porcaria de amorzinho - A essa altura, ela estava fora de seu assento, andando de um lado para o outro na sala de jantar. - Então, por que não arranjamos uma namorada para o papai? Quero dizer, ele estaria nas nuvens, dançando em cima de mesas, sem se preocupar com o mundo e, obviamente, nos dando uma folga, não estando perto de nós o tempo todo.
- Sinceramente, Alya. - Lyra começou com um revirar de olhos. - Esta é a ideia mais ridícula que já ouvi. Você não acha que, a essa altura, se ele quisesse, já teria uma namorada?
- Lyra, você sabe como ele é cheio de merda. Eu o ouvi uma vez, dizendo ao tio James que ele não achava que seria justo para nós, porque ele não queria que sentíssemos que ele estava substituindo a mamãe. - Ela revirou os olhos desta vez. - Como se nos lembrássemos dela. Eu digo que vamos em frente. O homem está em grande necessidade.
A ideia não era tão louca, Lyra ponderou. Sirius Black nunca esteve com nenhuma outra mulher em 17 anos. Ele havia dedicado todo esse tempo às filhas, educando-as, ajudando-as quando precisavam, mas agora elas tinham idade para tomar suas próprias decisões, idade para cometer seus próprios erros. Era hora de ele finalmente viver sua vida.
Com um sorriso diabólico, Lyra finalmente acenou com a cabeça na direção de sua irmã, concordando silenciosamente com ela e já traçando um plano.


Capítulo 2

Atualização: 07/10/2023
- Você se dá conta de que está agindo de forma ridícula, não é?
Enquanto a operação 'encontrar uma namorada para o papai' estava definitivamente em andamento e completamente alheia à pessoa mais importante envolvida, Sirius passou seu tempo sentado ao lado de um James sorridente e uma Lily de aparência razoável.
Claro que o homem Black tinha que sair de casa assim que terminasse de conversar com sua filha. Claro que escolheu ir para a casa de seus melhores amigos e, claro, contou a eles exatamente o que tinha visto naquela manhã. O que ele não esperava, no entanto, era que eles revirassem os olhos para ele e, no caso de James, rissem de seu sério problema.
- Como é? - Sirius disse, virando-se para Lily, uma sobrancelha arqueada. Se ele estivesse de pé, estaria em modo completo, com as mãos na cintura, olhando-a nos olhos. - O que você está insinuando aqui, Evans?
Lily apenas revirou os olhos. Dezenove anos desde a última vez que usara esse nome e ele ainda insistia em chamá-la assim. Talvez fosse por nostalgia, ela não conseguia ter certeza, mas, apesar de sua reação externa, ela se sentia aquecida por dentro sempre que ele a chamava assim. Isso a fazia sentir que tinham 17 anos novamente e não tinham preocupações no mundo. Se ela fechasse os olhos, ainda poderia sentir como se estivessem de volta a Hogwarts. James, Sirius, Remus e Peter causando estragos por toda parte, pregando peças em quem quer que vissem, mas, mais uma vez, surpreendendo a todos com o quão inteligentes eles realmente podiam ser.
Mas se ela abrisse os olhos, perceberia o quanto as coisas haviam mudado. Eles não eram mais adolescentes. Não estavam mais em Hogwarts, e não havia mais os quatro Marotos. A guerra, Voldemort, tinha tirado tudo deles. E nesses poucos segundos, em que tudo voltou à mente dela, ela levemente odiou o fato de Sirius ainda se referir a ela como 'Evans'. Ela sabia que ele queria dizer isso da maneira mais adorável possível, como sempre a chamava, mas também a lembrava de quanto tinham perdido ao longo dos anos.
- Eu não passei seis anos e meio tentando convencê-la a sair comigo e, finalmente, me casando com ela, para você chamar Lily de 'Evans', meu amigo. - Disse James do seu lado da mesa, um sorriso visivelmente estampado em seu rosto, seus olhos brilhando de travessura. Mesmo depois de todos esses anos, esse lado dele (juntamente com o de Sirius) não se perdera.
- Não é o ponto. - Lily disse, acenando com a mão displicentemente. - A questão é, Sirius, você está exagerando. Alya e Lyra têm 18 anos. São adultas e, sejamos honestas, são suas filhas. - Ela completou, seus olhos fixos diretamente nele, sorrindo ao notar sua reação.
- Como é? - Sirius disse mais uma vez, franzindo as sobrancelhas.
- Ah, vamos lá. - James revirou os olhos. – Me lembra novamente por que você quebrou duas costelas no sétimo ano, Pads.
Sirius não conseguiu evitar o sorriso que invadiu seu rosto. Suas mãos rapidamente se moveram para sua caixa torácica, roçando o tecido de sua camisa como se as bandagens ainda estivessem lá, como se a região ainda doesse mesmo depois de todos esses anos. As memórias voltaram à sua mente, e ele sabia que qualquer tentativa de tentar reprimi-las seria inútil.
~*~
Ele estava atrasado. Estava incrivelmente atrasado e sabia disso. Mas mesmo assim, Sirius não conseguia se forçar a soltar os braços da cintura de Marlene, sua cabeça enterrada em seu pescoço enquanto beijava a pele exposta, acrescentando algumas mordidas suaves de vez em quando, suas mãos percorrendo todo o seu corpo.
Os pequenos suspiros que escapavam dos lábios dela eram o suficiente para fazê-lo esquecer completamente o treino, todos os esportes mágicos, qualquer coisa. Os sons baixos eram como combustível para ele, fazendo Sirius persistir em sua tarefa de marcar a garota por todo o corpo, algo para mostrar a todos o quão fora dos limites ela estava.
- Eu deveria ir. - Murmurou contra a pele dela, os olhos fechados aumentando a sensação das unhas dela arranhando suas costas, um pequeno gemido deixando seus lábios.
- Hmm... - Ela respondeu com um murmúrio, seus lábios agora indo para sua mandíbula, recusando completamente todos os seus esforços de se afastar.
- Não, eu realmente deveria. - Ele disse mais uma vez, os olhos finalmente se abrindo e olhando nos olhos incrivelmente azuis dela. - James vai me matar.
- Deixe-o tentar. - Ela disse de volta, um sorriso travesso em seu rosto.
Quando eles começaram o que tinham entre eles, Sirius sabia que estava condenado. Sabia que nunca mais seria capaz de resistir a ela desde o primeiro dia, mas não se importava, nem queria. Os encontros casuais começaram a ser mais do que isso. Podiam ser vistos andando juntos o dia todo, passando o tempo livre juntos, conversando em vez de se beijar e, finalmente, se beijando em todos os malditos cantos. Era como se Sirius Black e Marlene McKinnon tivessem sido costurados juntos durante a noite e era difícil vê-los fora do alcance um do outro.
A comunidade de Hogwarts ficou surpresa. Ninguém esperava que isso acontecesse, já que podiam ser vistos lançando ofensas um ao outro de um lado para o outro no salão e os rumores sobre o novo casal no campus se espalharam como folhas na brisa do outono.
- Por mais que goste de ouvir que você acha que posso durar mais que o James em uma briga, - o rapaz começou com uma risada. - Não quero colocar isso à prova. Você sabe como ele pode ser quando se trata de quadribol.
E, de fato, ela sabia. Marlene já tinha tido seus problemas com o capitão da Grifinória mais de uma vez. James era absurdamente competitivo, ainda mais quando envolvia seu time jogando contra a Sonserina, da qual ela era a capitã.
Ela conhecia o rapaz de cabelos pretos desde que eram crianças e sabia o quanto ele odiava perder, dando 110% de si em qualquer jogo e repreendendo quem não seguia seu exemplo. Ou os horários ridículos de treino que ele inventava. Por isso, ela sabia que era melhor que Sirius apenas saísse do quarto e fosse para o campo, jogasse sério por algumas horas e depois voltasse para a cama dele.
- Ele está tão certo de que pode me vencer. - Ela disse sorrindo, seus braços finalmente soltando Sirius e empurrando-o para trás um pouco. - Você está, Black?
- Não tente nem dizer que pode ganhar este jogo, McKinnon. - Ele disse, levantando-se, seus olhos percorrendo a sala em busca de seu uniforme perdido.
- Isso é um desafio? - Ela perguntou, seus olhos brilhando na fraca luz do dormitório. - Porque, se você não sabe, teria que vencer por cem pontos para ficar em primeiro lugar.
Sirius sorriu para ela e balançou a cabeça. Ela tinha essa ideia estúpida de que poderia ganhar a Taça de Quadribol, mas ele sabia que, mesmo se seu time estivesse em segundo lugar, não havia chance de a Sonserina vencer. James os havia forçado a treinar muito mais desde que a Grifinória perdeu para a Corvinal. O horário de sono dos jogadores estava bagunçado, eles estavam treinando duro o tempo todo. Eles sabiam que nenhum outro time teria chance contra eles. Era um fato, e Sirius nem precisava espionar sua namorada para saber disso.
- Eu não vou pegar leve com você, McKinnon. - O rapaz declarou, suas mãos finalmente pegando o pequeno monte de roupas que ele tinha ao lado de sua mesa, separando-as e encontrando seu uniforme de treinamento.
- Eu não espero que faça isso. - Ela encolheu os ombros. – Quero você em plena forma.
Era incrível como ela podia mudar o clima ao redor deles com uma única frase. Sirius conseguia detectar todo tipo de significado por trás das palavras de Marlene, toda vez. Portanto, não foi difícil entender o que ela claramente quis dizer, e enquanto falava sobre quadribol, ela também estava falando de algo mais.
- Não se preocupe. - Ele piscou. - Eu voltarei em breve e poderemos retomar o que estávamos fazendo.
A garota lançou um olhar em sua direção, seus lábios formando um sorriso malicioso. Ela não o deixaria escapar tão facilmente. Ela queria fazê-lo sofrer um pouco por tê-la deixado sozinha em seu quarto, mesmo que não fosse realmente culpa dele. Para ser honesto, era. Sirius não deveria ter começado algo que não seria capaz de terminar tão cedo.
- Ok. - Marlene disse, rolando para fora da cama, suas mãos entrando em contato com uma das camisas brancas de Sirius, abotoando-a em seu corpo, suas pernas nuas à vista. - Apenas tenha em mente que estarei aqui, completamente sozinha, com todo esse tempo sobrando. - Ela olhou para ele, suas mãos percorrendo seu corpo lentamente. - Vestindo apenas esta camisa branca, quase transparente, sua.
Se havia alguma coisa na mente de Sirius, agora ela havia fugido, deixando-o deslumbrado. Como ele poderia resistir a tal visão bem na sua frente, tão perto que ele poderia tocá-la? Muitos pensamentos promíscuos passaram por sua mente naquele momento. E se ele simplesmente faltasse ao treino e ficasse? Ele certamente viu mais efeito em estar com Marlene. Ele não queria nada mais do que apenas passar as mãos sobre seu corpo, beijar sua boca até que seus lábios ficassem dormentes, fodê-la até que ela não aguentasse mais, apenas para começar tudo de novo.
- Isso é simplesmente maldade. - Ele conseguiu dizer, com a boca seca e os olhos arregalados. De repente, ele ficou muito consciente da protuberância indesejada que crescia em suas calças.
Com um sorriso malicioso, Marlene apenas piscou para ele e conduziu o menino para fora da sala, sem lhe dar uma segunda olhada e fechando a porta logo após ele sair. Dizer que Sirius Black teria um treino horrível foi o eufemismo do ano.
Ele não sabia como chegou ao campo. Seus pensamentos estavam tão imersos na última visão que teve antes de partir, que seu cérebro nem sequer reconheceu o fato de que seus pés estavam se movendo.
- Você está tão atrasado! - Foi o que o cumprimentou. James estava chateado e isso era compreensível. - Eu juro por Merlin, Padfoot... se você estragar tudo, eu vou te matar.
Sirius descartou isso. Ele estava cheio de ameaças de James e sabia que nunca faria nada. James Potter estava tão determinado a vencer que não sabia onde parar, nunca o fez. Ninguém poderia culpá-lo, no entanto. O último jogo estava chegando e era o último ano deles. Ninguém queria sair de Hogwarts sem ter a taça de quadribol.
Eles estavam treinando duro naquele dia. Não havia como voltar atrás até que eles pudessem fazer cada jogada corretamente, até que dominassem todas as posições em que deveriam estar. Já eram sete e dez. O sol já havia desaparecido há muito tempo e a escuridão os cercava e todos estavam cansados. O suor escorria por seus corpos, suas mãos estavam frias e sua visão já estava turva. Todo o time estava jogando nas últimas 3 horas e não esperavam que James desistisse tão cedo.
Sirius não queria nada mais do que jogar um balaço na cabeça de seu melhor amigo. Ele estava dolorido, cansado e, para ser sincero, estava com tesão. E, mais uma vez, sua mente vagou para a namorada. A imagem de Marlene em seu quarto não saiu de sua cabeça em nenhum momento. Ele ainda conseguia se lembrar de sua aparência, o cabelo emaranhado, os lábios carnudos em um beicinho e as pernas longas à mostra. Era difícil jogar quadribol enquanto ele podia estar com ela, enterrado na pele sedosa de suas pernas.
Deveria haver um aviso fora do campo dizendo que ninguém deveria jogar sem estar 100% concentrado. Talvez houvesse, mas Sirius não sabia e nem pensaria nisso até que fosse tarde demais. Ele nunca viu o balaço vindo em sua direção, nunca ouviu seus companheiros gritando com ele. Tudo o que ele fez foi olhar para um espaço vazio até sentir algo atingindo-o com força total. Suas mãos perderam o controle da vassoura e logo ele estava caindo no chão.
~*~
Marlene estava entediada demais. Ela havia perdido a conta de quantas vezes se olhou no espelho, arrumando o cabelo e aplicando uma nova camada de batom enquanto esperava por Sirius. Ela sabia que o treino seria cruel, mas já se passaram quase cinco horas desde que ele partiu.
Uma batida apressada na porta a tirou de seus pensamentos e James, com aparência preocupada, entrou, assustando-a ainda mais.
- Você precisa vir para a ala hospitalar agora mesmo. - Foi a primeira coisa que ele disse assim que entrou no quarto. Ele ignorou as roupas espalhadas pela sala e a garota mal vestida na sua frente. Era uma cena com a qual ele estava, involuntariamente, acostumado neste momento.
- O que aconteceu? - A garota perguntou preocupada com a pressa do cara de cabelo preto.
- Sirius caiu da vassoura. - Ele suspirou. - Quebrou duas costelas e está sendo incrivelmente chato, então, por favor, vá acalmá-lo.
James Potter não deveria ser o responsável por dar esse tipo de notícia. Se tivesse sido algo um pouco mais sério, Marlene estaria à beira de ter um ataque cardíaco ao ver como sutileza não era uma palavra no vocabulário do menino. Mesmo assim, vestiu-se e correu para a ala hospitalar em tempo recorde, chegando à enfermaria e entrando em menos de dez minutos.
Assim que a porta se fechou atrás de suas costas, ela pôde ver um Sirius de aparência muito angustiada deitado na cama, a parte superior do corpo envolvida em bandagens, o rosto coberto de hematomas.
- Pelas calças de Merlin, Black. - Ela murmurou assim que chegou a ele, seus olhos examinando-o por inteiro. - Tudo isso só porque você estava com muito medo de me enfrentar na próxima semana?
Uma pequena risada veio do menino, mas logo foi substituída por uma careta dolorosa, seus olhos se fechando em uma tentativa débil de tentar contê-la.
- Sonha. - Ele respondeu em voz baixa, com a cabeça jogada para trás.
Se alguém entrasse naquele momento, não veria Sirius Black e Marlene McKinnon. Ou pelo menos eles não acreditariam que eram eles. O casal estava encostado um no outro, conversando em voz baixa e agindo com carinho. Era incomum vê-los agindo assim, mas momentos especiais pediam medidas especiais.
- Você está com muita dor? - Ela perguntou passando as mãos pelos cabelos dele.
- Só quando eu respiro. - Sirius conseguiu dizer com os dentes cerrados.
Nada mais foi dito entre eles, Marlene optou por deixá-lo descansar enquanto as poções faziam efeito. Ela conhecia Sirius muito bem e tinha certeza de que ele ficaria choramingando o tempo todo. A noite seria longa.
~*~
- Ok, ok. - Sirius disse revirando os olhos. - Eu entendi o que você quer dizer. Eu não era muito focado quando se tratava de ter uma Marlene seminua no meu quarto.
Lily olhou para os dois e revirou os olhos. Ela pensou que já estaria acostumada com isso, mas não estava.
- Não. - James balançou a cabeça. - O que quero dizer é que você era um cara nada recatado. Você pode realmente esperar que Alya e Lyra sejam puras?
- Sim e não gosto do que você está insinuando aqui. - Disse.
- Elas são adolescentes, Sirius! - Lily disse mais uma vez, exasperada desta vez. - Pare de agir como se elas estivessem fazendo algo errado. Elas estão vivendo suas vidas e sendo felizes, ok? Então aguente firme e seja homem. O que Marlene diria?
A menção de sua esposa o fez parar o que quer que fosse dizer. Uma coisa era ele mencioná-la quando estavam juntos, outra era tê-la mencionada por outra pessoa, perguntando o que ela faria se estivesse viva. Essa situação fez seu coração doer e sua mente ficar em branco. Já haviam se passado anos, mas o fato de ela não estar mais por perto não era algo com o qual ele se acostumaria.
Lily percebeu isso um pouco tarde demais. Ela viu os olhos dele abaixados e a cabeça balançando, mas o estrago já estava feito. Ela não podia dizer mais nada além de pedir desculpas pelo que havia dito. Ela se lembrou de como foi extremamente difícil para ele. As noites sem dormir que ele passou, sem ousar acreditar em uma palavra que todos diziam sobre ela estar morta, a quantidade de tempo e dinheiro que ele gastou procurando por ela, como ele quase perdeu a vontade de viver. Se ele não tivesse as meninas, provavelmente não estaria lá.
A tensão, por mais densa que fosse, foi cortada assim que Remus, de aparência estressada, entrou pela porta, seu corpo cansado parecendo ainda mais desgastado, as olheiras mais proeminentes e os ombros caídos. O outrora jovem era o epítome da exaustão, mas assim que seus olhos pousaram em Sirius, seus braços cruzaram sobre o peito.
- Você gostou de assustar meu filho hoje, Sirius? - Ele perguntou parado ao seu lado.
- Ele é uma má influência. - Sirius limitou-se a dizer, sem olhar exatamente na direção do amigo.
Remus ergueu as sobrancelhas, sem acreditar no que estava ouvindo.
- Corrija-me se eu estiver errado, mas... quem vai voltar para Hogwarts em setembro? - Ele pressionou. - Quem garantiu que Lyra não fosse para detenção o tempo todo?
Os dois homens continuaram se olhando, sem nenhuma outra palavra saindo de suas bocas, pois já sabiam as respostas para todas as perguntas. Não é que houvesse uma influência boa ou má, mas quando se tratava deles, os Blacks sempre pareciam corromper os Lupins.


Continue...

Nota da autora: Oiii... Saindo diretamente do fundo do baú das minhas fanfics, meu Deus. Acho que essa é uma das minhas favoritas por ser totalmente fanon. Foi uma das primeiras fanfics que eu criei inteiramente em um novo universo. Só de passar um tempinho com ela novamente, me sinto bem. Espero que vocês gostem e... Se puderem, deixem comentários. ;)